<article><p class="lead">Deslizamentos de terra causados pelas fortes chuvas bloquearam rodovias no Sul e Sudeste do Brasil e quase interromperam totalmente o acesso ao porto paranaense.</p><p>Muitas estradas brasileiras cortam regiões serranas, que são propensas a deslizamentos de terra durante períodos de chuvas fortes. Os volumes de chuva acumulados atingiram 200mm em algumas partes da região litorânea do Paraná nas últimas 72 horas, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).</p><p>Alguns trechos das rodovias PR-410, BR-376, BR-116 e BR-277 - todas no Paraná - estão bloqueadas por causa dos deslizamentos de terra. A BR-277 é a principal estrada de acesso ao porto de Paranaguá, um dos mais importantes para o agronegócio brasileiro.</p><p>Até o momento, a situação é pior na BR-376, onde duas mortes foram confirmadas. Os bombeiros dizem que as fatalidades podem ser maiores, pois há pessoas desaparecidas e a busca por sobreviventes é dificultada pela chuva. A BR-376 liga o estado do Mato Grosso do Sul ao leste do estado de Santa Catarina.</p><p>A Polícia Rodoviária Federal (PRF) aconselhou os motoristas a evitar estas rodovias. Ainda não há previsão de retomada do tráfego e muitos caminhões ainda estão presos na estrada.</p><p>Esta manhã, haviam três veículos no pátio público de triagem do Porto de Paranaguá. A autoridade portuária do estado, Portos do Paraná, esperava que 400 veículos chegassem ontem. Hoje ela espera apenas 200.</p><p>Apesar do baixo fluxo de caminhões para transporte de carga, a logística não é totalmente interrompida, pois os terminais têm estoque, que deve durar até o final da semana.</p><p>Há também relatos de problemas nas estradas dos estados de Santa Catarina e Espírito Santo. Mas o acesso aos portos de São Francisco do Sul e Vitória não está bloqueado, mesmo que o fluxo de carga seja dificultado, dizem os participantes do mercado.</p><p>Espera-se também um tempo de espera mais longo para que os navios atraquem porque as fortes chuvas dificultam o carregamento e descarregamento de embarcações, o que pode levar a taxas mais altas de demurrage.</p><p>As principais estradas do Brasil também foram bloqueadas em outubro e novembro pelos apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro, que protestam contra a derrota nas eleições.</p><p class="bylines">Por João Petrini</p></article>