China eleva tarifa sobre etanol dos EUA

A China elevará de 30pc para 45pc a tarifa sobre importações de etanol dos Estados Unidos, produto já fortemente tributado pelo governo chinês, em meio ao acirramento das disputas comerciais com a administração do presidente norte-americano Donald Trump.

No fim do último domingo o Ministério do Comércio chinês anunciou aumento tarifário sobre 128 produtos - agrícolas, em grande parte – incluindo o etanol norte-americano. O país disse que os tributos norte-americanos sobre o aço e o alumínio da China "infringiram seriamente os interesses" do comércio chinês.

"A expectativa é que os EUA retirarão as medidas que violam as regras da Oganização Mundial do Comércio (OMC) o mais rápido possível, para que o comércio destes produtos volte ao normal entre os dois países", disse o ministério em comunicado.

O Brasil continua sendo o principal destino da maioria das exportações de etanol norte-americano, com uma média de 4.629 m³/d em 2017, de acordo com informações do Ministério do Comércio dos EUA. As importações do Canadá também superam as chinesas e somaram cerca de 3.432 m³/d em média no ano passado.

A China, no entanto, oferece o mercado com perpectiva de crescimento mais atraente. O país planeja adotar a mescla de 10pc de etanol na gasolina até 2020, volume de consumo que ultrapassa significativamente a oferta doméstica, cuja média em 2016 chegou a 446.952 m³/d. No mesmo ano, os EUA enviaram aproximadamente 2.075 m³/d de etanol.

As exportações de biocombustível norte-americano para a China recuaram em 2017 para apenas 318 m³/d, após o país ter elevado a tarifa para 30pc em janeiro.

As exportações de etanol dos EUA enfrentam desafios em seus maiores mercados. O Brasil considerou eliminar a isenção de imposto sobre os primeiros 415 m³/d a cada trimestre, em resposta à política comercial dos EUA.