Etanol impulsiona receita da Adecoagro

A Adecoagro, empresa argentina do setor agrícola, registrou um aumento de 33pc na receita no segundo trimestre, aproveitando os preços mais altos do etanol e acelerando o ritmo de moagem da cana-de-açúcar após um início de ano lento.

A receita da Adecoagro atingiu $371 milhões no segundo trimestre, comparados aos $278 milhões no mesmo trimestre de 2021, impulsionada pela estratégia de aumentar os estoques de etanol no fim do ano passado para vender o combustível em abril, quando atingiu níveis recordes de preço.

Esse aumento nos preços do etanol foi provocado pelo atraso do início da moagem de cana-de-açúcar no Brasil, para permitir que a safra se recuperasse da seca e dos danos causados pelas geadas em 2021. A moagem da Adecoagro atingiu uma média de 3,3 milhões de t no segundo trimestre, 5pc abaixo do mesmo período de 2021.

A maior parte da safra de cana-de-açúcar no primeiro semestre do ano, 79pc, foi direcionada para a produção de etanol, devido aos melhores preços, em comparação com 59pc nos primeiros seis meses do ano passado. A confiança no mercado de biocombustíveis também melhorou com o aumento das exportações de etanol para a Europa.

A produção de açúcar, que atualmente representa 21pc do mix de produção da empresa, deve crescer nos próximos meses, em função da recente redução dos impostos sobre combustíveis, que beneficiam a gasolina na bomba, disse a empresa. Os preços do açúcar também devem ser mais altos no segundo semestre do ano, à medida que a demanda aumenta.

As vendas de etanol da Adecoagro totalizaram 172.000m³ no segundo trimestre, um aumento de 38pc em comparação com o mesmo trimestre de 2021. As vendas de açúcar caíram 76pc, para 45.849 t.

Cbios

A empresa argentina vendeu $5 milhões em créditos de carbono Cbios no segundo trimestre, a um preço médio de R$ 114 cada, quatro vezes o valor do segundo trimestre de 2021.

A empresa registrou um lucro de $18 milhões no segundo trimestre, um aumento de 15pc em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

Por Conrado Mazzoni