Fretes caem com maior tempo de espera

A maioria dos doze fretes de grãos monitorados pela Argus caiu ou ficou estável nesta semana no estado de Mato Grosso. A demanda pelo serviço de transporte de milho e soja segue enfraquecida por conta do escoamento lento de grãos nos pontos de transbordo e nos portos, o que tem desestimulado a procura pelo serviço logístico.

Apesar de ainda haver volume significativo de soja e milho em Mato Grosso para ser escoado, o fluxo nos corredores de exportação tem diminuído ao longo das semanas, após o fim da colheita do milho no estado.

Segundo a pesquisa de uma transportadora, durante o mês de setembro, o corredor para Miritituba tem transportado uma média de 40.000t por dia de soja e milho. No pico da demanda, o corredor chega a transportar 65.000t diárias.

Participantes do mercado relatam também que o clima chuvoso nos portos vem atrasando a movimentação e que armazéns estão sobrecarregados de caminhões. Isso eleva o tempo de espera para descarga nos pontos de transbordo e nos portos. Habitualmente, o escoamento acontece um dia após o agendamento do serviço, mas a espera tem sido maior.

Sem conseguir aumentar o fluxo e os volumes transportados, os fretes praticados na região caíram nesta semana. Na rota com origem em Sinop e com destino ao Arco Norte, pela BR-163 até o ponto de transbordo para hidrovia em Miritituba, o frete caiu R$15/t, em média, para R$255-270/t. O trecho Sorriso-Miritituba recuou R$10/t, em média, para R$275-285/t.

Este cenário também contribuiu para a queda dos fretes nas rotas que vão até o terminal ferroviário em Rondonópolis. O trecho Sorriso-Rondonópolis caiu R$12/t, em média, para R$160/t. O trajeto Primavera do Leste-Rondonópolis teve queda de R$2/t, em média, para R$80-85/t.

As exceções da semana foram as rotas com destino aos portos do Sul e Sudeste de Mato Grosso, em que os fretes de grãos tiveram alta em função das condições ruins de frete-retorno. O trajeto Rondonópolis-Paranaguá subiu R$20/t, em média, para R$300-350/t. O trecho Primavera do Leste-Santos teve alta de R$10/t, em média, para R$360-380/t.