A Raízen registrou aumento nas vendas de etanol no segundo trimestre da safra 2022-23, ofuscando a queda na produção do biocombustível, em um reflexo da estratégia da empresa sucroalcooleira e distribuidora de combustíveis de priorizar as vendas de etanol industrial e as exportações para maximizar a receita.
Já o segmento de distribuição de combustíveis da empresa, que é fruto da joint venture entre Cosan e Shell, apresentou uma queda marginal nas vendas de combustíveis em meio à demanda mais fraca do setor agrícola brasileiro.
No trimestre entre julho e setembro, as vendas de etanol aumentaram 12,5pc em relação ao mesmo período do ano passado para atingir 1,45 milhão de m³, resultado da prioridade dada às exportações de etanol industrial e de etanol anidro combustível com baixa pegada de carbono, em meio ao cenário adverso no mercado doméstico. A produção da empresa caiu 9,7pc na comparação anual por conta da queda nos rendimentos dos canaviais devido às condições climáticas do ano-safra passado.
A participação do etanol industrial e do produto destinado ao mercado de exportação representou 80pc do volume total de produção, enquanto 20pc foi direcionado ao mercado doméstico de etanol combustível. A estratégia permitiu que a Raízen conseguisse uma alta no preço médio do etanol vendido, já que o etanol industrial e de exportação foram vendidos com um prêmio de até 80pc em relação ao valor de mercado doméstico. Durante o exercício, o preço médio de venda de etanol da companhia aumentou 2,3pc em relação ao mesmo trimestre do ano passado para R$3.511/m³.
A empresa também reportou um novo recorde na produção de etanol de segunda geração (E2G), com um volume produzido de 9.500m³ no período, levando o volume acumulado desde o início do ano-safra para 17.000m³, alta de 73pc em relação ao mesmo período de 2021. A empresa investirá R$6 bilhões na construção de cinco novas usinas até 2037.
A moagem de cana do grupo caiu 11,5pc no trimestre em relação ao ano passado para 33 milhões de toneladas. O mix de produção foi de 52pc para açúcar e 48pc para o etanol, em linha com os indicadores do mesmo trimestre do ano passado.
Vendas no varejo
As vendas do segmento de distribuição caíram 0,5pc para 7,35 milhões de m³, pressionadas pela retração de 2,5pc nas saídas de diesel no período, que atingiram quase 4 milhões de m³. A empresa atribuiu a queda nas vendas de diesel à menor demanda do setor de transporte de cargas e de agricultura.
As vendas de combustíveis automotivos, também conhecido como Ciclo Otto, recuaram 0,3pc para 3,1 milhão de m³. Já as vendas de querosene de aviação aumentaram 18,5pc para 218.000m³, em meio à recuperação da demanda por transporte aéreo.
As operações da companhia na Argentina e no Paraguai cresceram quase 20pc para 1,75 milhão de m³, impulsionadas pela adição de 390 novos postos nos dois países e do aumento do segmento de venda atacadista (B2B).

