A produção de cana-de-açúcar na safra atual aumentou 3,4pc em relação ao ano anterior, devido ao clima favorável nos meses finais do ano, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O processamento acumulado da matéria-prima desde o início do ciclo da safra de 2022-23, de 1º de abril a 26 de dezembro, totalizou 598,3 milhões de t. Isso se compara com 578,7 milhões de t na temporada anterior. O número representa um incremento de 4,5pc em relação à estimativa de agosto da Conab.
O crescimento foi impulsionado por ajustes na área cultivada e na produtividade, principalmente em São Paulo, o maior estado produtor de cana do país, informou a Conab.
As áreas destinadas à atividade canavieira caíram 0,5pc para 8,3 milhões de hectares (ha). Ainda assim, trata-se de um aumento de 2,2pc em relação ao último levantamento da Conab, em agosto.
A produção de açúcar deve crescer 4,1pc para 36,3 milhões de t, de acordo com o levantamento, já que o produto se tornou mais rentável na maioria das regiões produtoras.
O Brasil exportou 22,1 milhões de t de açúcar no período, uma alta de 13pc em relação ao plantio anterior. As exportações de açúcar da Índia ficaram abaixo do esperado, o que abriu espaço para o produto nacional.
Produção de etanol
O Brasil produzirá 26,6 milhões de m³ de etanol à base de cana-de-açúcar na safra de 2022-23, um aumento de 0,7pc na base anual, segundo a Conab.
Na comparação anual, o etanol anidro deve subir 8pc, para 11 milhões de m³. Já o etanol hidratado deve cair 3,8pc, para 15,6 milhões de m³.
Espera-se que a produção total de etanol à base de milho cresça quase 31pc, para 4,5 milhões de m³, à medida que as usinas do Centro-Oeste entram no mercado de biocombustíveis. A produção de etanol anidro à base de milho está prevista para subir de 970.000m³ para 1,5 milhão de m³, enquanto o etanol hidratado crescerá de 2,5 milhões de m³ para 3 milhões de m³. Com isso, o etanol à base de milho aumentará sua participação no mercado do biocombustível, de 12pc para 15pc, segundo a Conab.
A empresa espera que o estado de Mato Grosso moa 8 milhões de t de milho no ciclo 2022-23 – um avanço de 12pc em relação à colheita anterior –, já que a demanda das usinas do estado continua maior do que na última safra.
O Brasil exportou 1,9 milhão de m³ de etanol na safra de 2022-23, uma alta de 34,5pc na comparação anual, devido aos mercados internacionais estarem mais favoráveis ao biocombustível após a isenção de impostos sobre a gasolina. A valorização do dólar, a redução da oferta internacional de petróleo e questões envolvendo a demanda global por combustíveis, principalmente na Europa, também elevaram as exportações.
A Conab também espera um crescimento nas importações do biocombustível, que devem crescer 10,6pc, para 175.000m³, impulsionadas pelas isenções fiscais na importação de etanol até o fim de 2022.

