Greve afeta volumes de distribuidoras

  • : Biofuels
  • 18/08/03

A BR Distribuidora e a Ipiranga sentiram o efeito da greve dos caminhoneiros que ocorreu em maio, mas observaram um salto nos lucros no segundo trimestre em função das maiores margens de venda de combustíveis.

Os 7.663 postos de abastecimento ativos operados pela BR venderam 5,493 milhões de m³ de combustíveis entre abril-junho, redução anual de 3pc e avanço de 1pc ante o trimestre anterior.

A queda é sobretudo resultado da baixa demanda por combustíveis do ciclo otto, como gasolina e etanol, mas foi parcialmente compensada pela recuperação nas vendas de diesel, segundo a companhia.

A Ipiranga, braço do conglomerado Ultrapar, observou uma leve redução nas vendas de combustíveis para 5,859 milhões de m³ no segundo trimestre, queda anual de 1pc e aumento de 7pc ante o primeiro trimestre. As vendas de diesel somaram 3,067 milhões de m³ no segundo trimestre, elevação de 3pc na comparação anual e de 17pc ante os primeiros três meses do ano.

No mês de junho, a demanda por diesel alavancou as vendas totais de combustíveis para 5,024 milhões de m³, volume 7,4pc superior ao reportado no mesmo mês de 2017 e avanço de 33pc sobre maio. A retomada na demanda tem sido pautada pelo subsídio ao diesel de R$0,46/l, recentemente estendido até o fim deste ano.

As vendas de combustíveis do ciclo otto da Ipiranga totalizaram 2,675 milhões de m³ no segundo trimestre, declínio anual de 7pc e redução de 2pc na comparação trimestral, baixa que a Ultrapar atribuiu a flutuações sazonais.

"O mercado segue sem uma tendência clara após a greve", disse André Pires, diretor financiero da Ultrapar. "Acreditamos que ao longo do segundo semestre teremos uma normalização no volume de vendas e margens próximos às observadas no início do segundo trimestre. Não podemos dizer que o volume de julho está normalizado. A greve também implicou em redução da demanda no Brasil que, no curto prazo, também impactou a demanda no mercado de combustíveis", completou.

O lucro de R$ 263 milhões da BR no segundo trimestre, aumento anual de 275,7pc, foi impulsionado por margens mais amplas das vendas de combustível de aviação. As vendas deste segmento totalizaram 955.000m³ no segundo trimestre, elevação de 6,7pc na comparação anual, e a margem bruta subiu 43,6pc na mesma base.

O lucro de R$ 240 milhões da Ultrapar foi em parte apoiado pela ampliação na capacidade de armazenagem de combustíveis nos terminais portuários da companhia, operados pela Ultracargo. As unidades de armanzenamento da companhia atingiram em média 786.000m³ no segundo trimestre, elevação anual de 8pc e alta de 9pc sobre o primeiro trimestre, sobretudo por conta do aumento das importações de etanol nos portos de Santos e Suape.

No início da semana, a polícia federal executou um mandado de busca e apreensão nas unidades da BR, Raízen e Ipiranga – que correspodem a 70pc do mercado de distribuição - no Paraná, diante da acusação de controle de preços. As empresas negam as acusações.


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