Usinas acumulam estoques recorde de etanol

  • : Biofuels
  • 18/08/17

Os principais produtores brasileiros de etanol estão aumentando os estoques do biocombustível em reação ao fortalecimento da demanda e à expectativa de fim antecipado da safra 2018-19 de cana-de-açúcar no Centro-Sul, fenômeno conhecido como "morte súbita".

Raízen Energia, Biosev e São Martinho, que juntas correspondem a quase 20pc do total da moagem de cana no Centro-Sul, acumularam estoques de 1,33 milhão de m³ de etanol até 30 de junho, alta de 87pc sobre o primeiro trimestre da temporada entre abril-março.

As três empresas planejam estocar o máximo possível de biocombustível na segunda metade do ano safra, diante da expectativa de elevação de preços, como indicam as recentes divulgações de seus respectivos resultados financeiros.

Os preços de etanol têm recuado à medida que a produção das usinas do Centro-Sul atinge recordes de alta no pico da safra de cana, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os valores do biocombustível caíram para R$ 2,68/l em média no mês de agosto, ante R$ 2,79/l em julho e R$ 2,93/t em junho, de acordo com a ANP.

Paralelamente, a demanda pelo biocombustível permanece robusta, com motoristas sendo beneficiados pelos preços competitivos do etanol hidratado.

No estado de São Paulo, maior mercado de combustíveis do país, os valores de etanol hidratado ficaram abaixo de 60pc em relação aos preços da gasolina no fim de julho, menor patamar em oito anos, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), as vendas de etanol hidratado no mercado doméstico saltaram 60pc na comparação anual para 1,7 milhão de m³ em julho.

A São Martinho informou que nos sete primeiros meses deste ano, a participação de mercado do biocombustível frente à gasolina apresentou alta anual de 11pp para 37pc no segmento de combustíveis para veículos leves em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, estados produtores de cana.

Os esforços das três companhias para estocar o produto não está desalinhado com o mercado, disse Plinio Nastari, presidente da consultoria para o setor sucroalcooleiro Datagro. A Datagro projeta o fim da colheita entre 15-20 dias antes do usual para as usinas do Centro-Sul em função das chuvas abaixo da média nos últimos seis meses.

Nastari disse que as usinas não só enfrentarão a "morte súbita" para a moagem nos próximos meses, como também o início tardio na próxima temporada por conta da estiagem que já prejudicou o desenvolvimento da colheita, que normalmente começa em abril.

Os estoques atuais das usinas equivalem a 31 dias adicionais de abastecimento em relação ao mesmo período do ano passado. Nastari destacou que trata-se de uma resposta apropriada ao período de entressafra mais longo que o esperado neste ano.


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