Nordeste puxa demanda de gasolina importada

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  • 19/04/16

Os desembarques de gasolina avançaram na primeira quinzena de abril nos portos brasileiros, liderados por portos do Nordeste, segundo dados levantados pela Argus. O período coincide com o final da safra de cana-de-açúcar na região, que reduziu a oferta e a atratividade do etanol hidratado, que compete com a gasolina na bomba.

Os desembarques de gasolina cresceram 43,6pc nos portos brasileiros na primeira quinzena de abril em relação aos primeiros 15 dias de março, atingindo 238.662t, segundo informações levantadas pela Argus. Os portos do Norte e Nordeste concentram a maior parte do produto desembarcado, com 161.702t, ou 67,8pc do total, alta de 61,2pc em relação à primeira quinzena de março.

O consumo da gasolina no Nordeste tem sido favorecido pela queda nos níveis de estoques de etanol hidratado nos três principais estados produtores - Alagoas, Paraíba e Pernambuco - onde a safra de cana-de-açúcar chegou ao fim. De acordo com a ANP, a paridade entre etanol e gasolina está acima de 74pc em todos os estados do Nordeste.

A região tem ainda uma vantagem competitiva em relação às outras áreas do país, já que o preço de entrega no Nordeste é menor do que em portos das regiões Sul e Sudeste por conta de um diferencial logístico mais baixo com o Golfo Americano e a Europa.

Estudo recente feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra uma convergência dos preços mais perto da paridade [de importação] onde há mais competição, em locais mais próximos dos mercados fornecedores (Estados Unidos), como o norte do Brasil.

De acordo com o levantamento da Argus, 140.041t ou 58,7pc das operações de desembarque de gasolina no país envolveram produto estrangeiro. O restante foi proveniente de operações de cabotagem de produto doméstico. O polo de Aratu na Bahia foi o principal porto de origem do produto nacional com 80.700t ou 33,8pc do total.

A tendência de operações de importação de gasolina para portos do Norte e Nordeste do país deve se manter entre abril e maio, uma vez que aquisições de cargas mistas incluindo gasolina e voltadas, em sua maioria, para portos da região constituíram uma grande parcela dos negócios reportados à Argus nas últimas três semanas. A previsão de um mix de produção mais alcooleiro nas usinas da região Centro-Sul após um início de safra tardio devecontribuir para limitar a demanda por gasolina e ajudar a reduzir a chegada de cargas importadas nos portos do Sul e do Sudeste.


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