Demanda fraca desacelera vendas de etanol

  • : Biofuels
  • 21/07/26

As vendas de etanol hidratado sofreram, em junho, sua pior queda mensal dos últimos 13 meses, em meio a uma demanda impactada por uma safra de cana-de-açúcar enfraquecida e pelo rápido aumento dos preços.

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as vendas do biocombustível em junho totalizaram 1,27 milhão de m³, queda de 4pc em relação ao ano passado, quando o país atravessava medidas de isolamento social mais restritivas para conter a Covid-19. Já na comparação com mesmo mês de 2019, antes de a pandemia impactar a demanda, as vendas caíram 26pc.

O número foi o menor desde maio de 2020, no auge da crise da Covid-19, quando as vendas de biocombustível alcançaram 1,26 milhão de m³.

No Sudeste, o maior consumidor, as vendas caíram 7pc, para 884.000m³, em relação a junho de 2020. O Nordeste registrou o maior aumento, subindo 13pc, para 88.000m³, no mesmo período.

Já as vendas de etanol anidro – usado na mescla de gasolina – totalizaram 862.000m³ em junho, um aumento de 17pc em relação ao ano anterior.

As estatísticas reforçam a visão de que a demanda não está se recuperando tão bem quanto o esperado da queda observada no ano passado. No Brasil, o etanol hidratado é comercializado nas bombas como um biocombustível autônomo, o E100. Assim, os consumidores com veículos flex podem encher seus tanques com gasolina, que conta com uma mescla obrigatória de 27pc de anidro, ou E100.

O diferencial entre os preços é o gatilho para que muitos consumidores optem pelo E100 em vez da gasolina.

Geralmente, os critérios consideram que o biocombustível, por ter menor poder calorífico, deve ter um preço limite de 70pc do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso. O E100 está com paridade acima de 70pc na maioria dos estados nos últimos meses.

No mercado spot, as usinas estão reequilibrando suas negociações para incluir mais anidro, reduzindo a capacidade dedicada ao hidratado ao longo do ano.

Os produtores também favorecem a produção de açúcar nesta safra, aproveitando os preços mais altos para reconstruir os balanços financeiros enfraquecidos pela crise da Covid-19.

A safra de cana-de-açúcar do Centro-Sul, a principal região produtora do país, foi atingida por uma forte seca e por geadas que provavelmente apoiarão esses preços durante um período prolongado de entressafra.


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