Fretes caem com baixa demanda e protestos

A maioria dos doze fretes de grãos acompanhados pela Argus no estado de Mato Grosso caiu na semana, em meio à queda de demanda pelo serviço de transporte e a novos bloqueios em estradas do país realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Ao longo da semana, caminhoneiros bloquearam estradas, protestando contra a derrota de Bolsonaro nas eleições. As rodovias foram liberadas após dois dias de manifestações. Em 30 de outubro, os manifestantes já haviam bloqueado rodovias. Na ocasião, o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou que a polícia desbloqueasse as estradas, ação a que os caminhoneiros também se opuseram.

Nesta semana, os bloqueios foram mais numerosos em Mato Grosso – principal produtor de grãos e oleaginosas do Brasil – e no estado do Paraná. Houve bloqueios em Campos de Júlio, Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste, Sapezal e Sorriso, em Mato Grosso.

As associações e entidades de caminhoneiros dizem não fazer parte desses movimentos ou apoiar os bloqueios. Houve ofertas para transportar cargas de e para Mato Grosso, mas alguns manifestantes ameaçaram caminhoneiros que trabalham na região, informaram participantes de mercado à Argus.

Com os protestos e a redução na demanda pelo serviço de transporte, seis fretes de grãos caíram, entre eles os corredores com destino ao terminal ferroviário de Rondonópolis. O trecho Sorriso-Rondonópolis caiu R$8/t, em média, para R$165/t. O trajeto Primavera do Leste-Rondonópolis recuou R$2/t, em média, para R$70-75/t.

Rotas com destino ao Arco Norte, pela BR-163, até o estado do Pará tiveram tendências distintas. Na semana, foram registrados bloqueios em Novo Progresso, no Pará, no caminho para o ponto de transbordo para hidrovia em Miritituba, cujos portos se tornaram mais importantes para as exportações de grãos nos últimos anos. Com poucos caminhões disponíveis, o trecho Sinop-Miritituba subiu R$8/t, em média, para R$245-260/t. Já a rota Confresa-Barcarena ficou estável, em R$323/t.