A Adecoagro, empresa argentina do setor agrícola, estima que o processamento de cana-de-açúcar aumentará 15pc neste ano diante da melhora na produtividade.
O quarto trimestre de 2022 marcou um ponto de inflexão para o negócio de açúcar e etanol da companhia, notadamente no Brasil, após condições climáticas adversas que afetaram a produção em 2021.
A empresa processou 3,1 milhões de t no quarto trimestre de 2022, em comparação com 1,2 milhão de t no mesmo período em 2021, em reflexo da maior disponibilidade de cana-de-açúcar e avanço de 24pc na produtividade por área plantada em relação ao ano anterior, quando geadas impactaram a moagem.
A companhia moeu 10,5 milhões de t de cana-de-açúcar no acumulado de 2022, 4pc abaixo de 2021, devido ao atraso das atividades da safra no Centro-Sul em 2022. A Adecoagro agora está confiante que reportará um crescimento de dois dígitos nos volumes de processamento em 2023.
"O clima está muito bom, a intensidade e a distribuição de chuvas têm sido favoráveis, com expectativa de recuperação da produtividade da cana", disse Renato Junqueira Pereira, vice-presidente de açúcar, etanol e negócios de energia da Adecoagro, durante a teleconferência de resultados.
No trimestre, a maior parte do mix de produção da cana-de açúcar – 56pc – foi direcionada para o etanol, enquanto 44pc foi para o açúcar. A produção de etanol anidro correspondeu a 93pc do total produzido de etanol, em comparação a 64pc no mesmo intervalo em 2021. O anidro é usado na mistura da gasolina no Brasil, mas a empresa conseguiu exportar para a Europa a "preços atrativos".
A Adecoagro vendeu 166.980m³ do biocombustível no quarto trimestre, elevação de 39pc na base anual. Já as vendas de açúcar cresceram 33pc, para 206.425t.
A receita líquida da empresa atingiu R$373 milhões no último trimestre do ano passado, alta de 19pc em comparação aos R$312 milhões no mesmo período em 2021. O resultado foi impulsionado pelo aumento do volume de vendas de anidro e pelos preços médios mais elevados do açúcar, em meio à demanda global mais forte pelo adoçante brasileiro.

