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06/05/24
Chuvas no Rio Grande do Sul alagam o estado
Sao Paulo, 6 May (Argus) — O estado do Rio Grande do Sul continua sendo afetado
pelas fortes chuvas que começaram em 29 de abril, levando o governo a decretar
estado de emergência em 2 de maio. Os maiores volumes de chuva atingiram as
áreas centrais do Rio Grande do Sul, com cidades recebendo chuvas entre 150mm a
500mm, de acordo com dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater-RS) do Rio Grande do Sul. A estação de monitoramento da cidade de
Restinga Seca, no centro do estado, registrou o recorde de quase 540mm. As
chuvas no Rio Grande do Sul superaram 135mm na maior parte do estado, de acordo
com o Instituto de Meteorologia dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês).
Enquanto isso, nas demais regiões do Brasil prevaleceu o clima seco. O NOAA
espera que as chuvas diminuíam nesta semana, mas as condições climáticas
adversas devem continuar. Até 3 de maio, 154 trechos de 68 rodovias estavam
totalmente ou parcialmente bloqueadas, de acordo com a Defesa Civil do estado. A
usina hidrelétrica 14 de julho, com capacidade de 100MW, também foi afetada e
teve sua operação parcialmente rompida. O porto do Rio Grande não suspendeu as
operações, porém a movimentação está mais lenta. Apesar das chuvas intensas, as
taxas de demurrage e o tempo de espera para atracação e desembarque ficou
estável em $1/tonelada (t) e os custos totais para a movimentação de
fertilizantes permaneceram em $19/t. Porém, participantes de mercado esperam que
a situação mude nos próximos dias, o que deve aumentar as taxas de demurrage. Se
a chuva não parar e os níveis do Rio Guaíba continuarem subindo, é provável que
algumas áreas do porto inundem nos próximos dias, como aconteceu no porto de
Porto Alegre. Em meio a movimentação de carga mais lenta, dificuldades
logísticas e a demanda para serviços de transporte de fertilizantes, que já
estava baixa, o frete de fertilizante na rota Rio Grande-Dourados, monitorada
semanalmente pela Argus, caiu em média R$20/t, para R$225-250/t. Excesso de
chuva pode prejudicar safra de soja O Rio Grande do Sul está colhendo a safra de
soja 2023-24, que deve ser a segunda maior do país nesta temporada. Os trabalhos
alcançaram 76pc da área esperada no estado até 2 de maio, avanço de 10 pontos
percentuais na semana, apesar do excesso de chuvas, segundo a Emater-RS. Os
agricultores aproveitaram as janelas mais curtas de clima favorável— ou quando
as chuvas diminuíram — para intensificar as atividades de campo, especialmente
nas áreas em que eram esperadas produtividades maiores e que não foram
profundamente afetadas pela seca no início do ano. Os níveis de umidade dos
grãos colhidos são considerados acima da média e vão necessitar de mais
investimentos no processo de secagem. Algumas áreas reportaram germinação
prematura e queda das plantas em razão do excesso de umidade. A Emater-RS mantém
a produtividade média do estado projetada em 3.329 kg/hectare (ha), com os
resultados recentes permanecendo dentro das projeções anteriores, de acordo com
o boletim de 2 de maio, divulgado semanalmente pelo órgão. Com isso, ainda é
esperado que a produção de soja do Rio Grande do Sul alcance o recorde de 22,2
milhões de t. No entanto, participantes de mercado concordam que as projeções
para o estado devem cair nas próximas semana, uma vez que os estudos de campo
começam avaliar com precisão os prejuízos causados pelo excesso de chuvas. Por
João Petrini, Maria Albuquerque e Nathalia Giannetti Envie comentários e
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