Corrigimos o intervalo de tempo citado no quinto parágrafo para janeiro e fevereiro
As importações de ácido sulfúrico com entrega em portos da região Nordeste durante o segundo trimestre devem ser limitadas pelos elevados estoques do composto na região, segundo levantamento feito pela Argus. Os estoques de ácido sulfúrico tem se elevado em meio ao enfraquecimento regional na demanda pelo produto.
A paralisação da produção da planta da Unigel em Candeias, após um incêndio em fevereiro, contribuiu psara a redução do consumo de ácido sulfúrico na região. As atividades no complexo industrial da fabricante de adubos e químicos foram retomadas em março, mas em ritmo mais lento do que o observado antes do incidente.
Houve também uma queda no consumo do químico como insumo industrial, sobretudo nos segmentos de papel e celulose e químicos.
A produção da indústria geral na região Nordeste registrou queda anual de 5,7pc em janeiro, segundo a Pesquisa da Indústria Mensal de Produção Física (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração no índice foi puxada justamente pelos segmentos produtores de papel e celulose e químicos, que tiveram queda anual na produção de 17,4pc e 7,1pc, respectivamente.
Já as importações de ácido sulfúrico entre janeiro e fevereiro no porto de Aratu foram consideradas normais por participantes de mercado. O porto recebeu 29.000t do produto ao longo do período, segundo levantamento feito pela Argus, volume quase três vezes superior ao recebido no mesmo intervalo em 2018 (28.717t ).
Importadores brasileiros asseguraram antecipadamente suas compras para o segundo trimestre com receio de que os preços de importação do composto mantivessem a trajetória de alta vista no ano passado. O fato, aliado aos elevados estoques domésticos do composto, deve limitar ainda mais novas transações para embarque até junho.
Como reflexo do enfraquecimento na demanda por novas importações de ácido sulfúrico, os preços spot para importação do composto com embarque em abril caíram $10∕t para $115-125∕t cfr Aratu na semana passada.
Uma possível alternativa para a redução dos estoques domésticos de ácifo sulfúrico é a exportação, pouco usual nesse mercado. O porto de Aratu é tradicionalmente um importador líquido de ácido sulfúrico, tendo exportado um único carregamento de apenas 160kg nos últimos seis anos, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
A Argus ouviu na última semana uma consulta de frete para carregamento de 10.000t de ácido sulfúrico em Aratu para a primeira quinzena de abril e entrega nos Estados Unidos, Marrocos ou Chile. Até o momento, nenhuma transação do tipo foi confirmada.
Já o escoamento do composto em direção a outros mercados internos brasileiros é considerado improvável, devido aos elevados custos logísticos com o transporte rodoviário de ácido sulfúrico e que facilmente podem chegar ao dobro do valor da carga.

