A produção brasileira de veículos da primeira metade de 2021 foi 22pc menor do que a do mesmo período de 2019, enquanto o setor automotivo continua a enfrentar a falta global de componentes semicondutores essenciais para a produção, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O total de 1,15 milhão de veículos produzidos nos primeiros seis meses deste ano ainda foi 57pc maior do que a quantidade corresponde ao mesmo período de 2020, ano em que a produção foi interrompida por dois meses após o início da pandemia. A produção de junho foi prejudicada por interrupções causadas pela falta de componentes e, com 166.947 unidades, foi a menor dos últimos 12 meses.
As produções de automóveis e ônibus na primeira metade do ano foram, respectivamente, 24pc e 27pc menores do que as do mesmo período em 2019. Comparadas a 2020, ambas apresentaram aumentos respectivos de 55pc e 15pc.
Caminhões foram os únicos veículos a apresentarem números maiores comparados a 2019, com uma produção 35pc maior, impulsionada pela demanda agrícola. A produção de caminhões ainda foi 115pc maior do que em 2020.
O licenciamento de veículos obedeceu a uma tendência similar, com 33pc mais unidades licenciadas em comparação a 2020, e 18pc a menos ante 2019.
Do 1,07 milhão de unidades licenciadas durante a primeira metade do ano, 84pc eram veículos flex, 12pc eram veículos a base de diesel, 2,6pc eram veículos a gasolina e 1,4pc era de veículos elétricos.
As exportações do primeiro semestre diminuíram 12pc na comparação com 2019 e aumentaram 67pc ante 2020, com 200.132 veículos.
Os resultados levaram a Anfavea a diminuir sua projeção de produção para o ano de 2021 para 2,46 milhões de unidades.
"Nunca foi tão difícil fazer projeções no Brasil", disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, apontando fatores como a pandemia, o ritmo da vacinação, a instabilidade política e a falta global de componentes, além das questões socioeconômicas habituais.

