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CEO da Raízen vê retomada do mercado de Cbio

  • Mercados: Biofuels
  • 24/03/23

O mercado de créditos de descarbonização (Cbio) deve ter uma retomada da liquidez neste ano, já que o novo governo tende a viabilizar mais estabilidade de regras na Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio), na visão de Ricardo Mussa, CEO da empresa sucroalcooleira e distribuidora de combustíveis Raízen.

"O importante é garantir que não haja interferência no mercado Cbio, que precisa operar de forma livre", disse Mussa à Argus durante o fórum de transição energética BloombergNEF, em São Paulo, nesta semana. "Parece que agora estamos retomando a normalidade, o que é muito bom."

No ano passado, o governo federal lançou medidas para conter a inflação, incluindo a redução de impostos sobre a gasolina e o diesel, que afetaram as vendas de etanol devido à perda de competitividade na bomba. Mudanças também foram realizadas no Renovabio, como adiamento de prazo para cumprimento de metas e ajuste da meta de 2023. Além disso, o mercado foi influenciado pelo debate acerca de propostas do último governo de mudanças estruturais no Renovabio, em uma tentativa de diminuir o custo da descarbonização.

A demanda aquecida por parte das grandes distribuidoras e um aumento na geração de créditos elevaram em 38pc o volume de Cbios negociado neste ano, em comparação com 2022. Participantes de mercado negociaram 15,9 milhões de Cbios desde o início do ano até 15 de março, ante 11,5 milhões no mesmo período em 2022.

Os preços médios dos Cbios na B3 acompanharam o salto no volume, girando em torno de R$93 em meados de março, em relação aos R$79 no mesmo intervalo de 2022. Os preços ganharam força, recentemente, após caírem no ano passado, com o prolongamento de prazos para cumprir as metas de 2022 e 2023.

No Renovabio, cada Cbio gerado com a venda de biocombustível representa uma tonelada de CO2 evitada. O programa estabelece metas anuais de redução de emissões de gases de efeito estufa para as distribuidoras de combustíveis. As metas são alcançadas por meio da aquisição de Cbios comercializados por produtores de biocombustíveis.

SAF

Mussa também falou sobre as oportunidades para o Brasil como fornecedor de matérias-primas renováveis na rota da transição energética para zero carbono. Ele destacou a tecnologia de alcohol-to-jet para a produção de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) em larga escala, usando etanol de segunda geração (E2G) à base de resíduos, que tem um prêmio em relação ao etanol de cana-de-açúcar.

"A aposta da indústria [SAF] agora é no alcohol-to-jet para avançar a produção", afirmou Mussa. "O etanol de segunda geração é classificado em alguns mercados como combustível avançado porque vem de resíduos. Tem uma classificação diferente, um prêmio diferente."

Como vem do resíduo, o E2G não precisa de aumento de área plantada, nem compete com alimentos, sendo assim valorizado para cumprir as metas de redução de emissões em relação ao etanol de cana-de-açúcar.

"Há muita demanda, meu problema não é demanda, é acelerar as plantas", ele contou.

A Raízen é fornecedora de matéria-prima na tecnologia alcohol-to-jet. A empresa é uma joint venture entre a brasileira Cosan e a Shell, que investe na startup norte-americana de combustíveis sustentáveis LanzaJet, que tem a tecnologia de transformar álcool em querosene de aviação.


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