A fabricante de etanol à base de milho Inpasa Brasil, subsidiária da paraguaia Inpasa, investirá até R$2,5 bilhões na construção de uma nova usina no Maranhão, expandindo sua presença no mercado de combustíveis do Nordeste.
A Inpasa instalará uma nova unidade em Balsas, no Maranhão, segundo maior estado produtor de grãos do Nordeste, atrás da Bahia. A construção deverá começar este mês, com início das operações previsto para o segundo semestre de 2024, disseram à Argus fontes com conhecimento do assunto.
A planta industrial está projetada para processar um milhão de t de cereais por ano, o que resultará na produção de 460.000m³ de etanol. Além do milho, a empresa também está considerando processar etanol a partir de outras culturas à base de amido, mas nenhum outro detalhe foi divulgado.
O vice-presidente da Inpasa Brasil, Rafael Ranzolin, afirmou em comunicado que o milho continua sendo o carro-chefe do grupo, mas a expansão para outros tipos de amido abre novas possibilidades. "Queremos incentivar cadeias produtivas que possam se beneficiar com a instalação de novas unidades. Entre elas, a da proteína vegetal para nutrição animal", acrescentou.
Segundo a companhia, a unidade também processará 230.000 t de grãos secos de destilaria (DDG, na sigla em inglês) e 23.000t de óleo de milho, além de gerar 200 GWH/ano de energia elétrica.
A Inpasa divulgou seus planos durante reunião com o governador do estado Carlos Brandão e sua equipe no sábado (30), em Mato Grosso, onde a empresa opera outras duas unidades de etanol, uma em Nova Mutum e outra em Sinop.
A Inpasa possui outras duas fábricas em Mato Grosso do Sul, em Dourados e Sidrolândia, esta última em fase de construção. A empresa também possui mais duas unidades no Paraguai.
A cartada se dá na esteira dos planos estratégicos da Inpasa para expandir sua presença no mercado de etanol do Nordeste brasileiro, tradicionalmente dominado pela indústria sucroalcooleira local e os braços de trading das grandes varejistas de combustíveis, como a Raízen.
O Nordeste tem um déficit estrutural em etanol. Apesar da produção local, é necessário trazer o biocombustível de outros lugares para satisfazer a demanda da região. Esse déficit tende a aumentar entre setembro e março, quando a região entra na entressafra da cana-de-açúcar.
Com a maioria das suas unidades localizadas longe de grandes centros consumidores de biocombustíveis, a Inpasa depende de uma rede de conexões multimodais para fazer com que o seu produto seja entregue em todo o país – incluindo operações de cabotagem pela costa brasileira e transporte dutoviário.

