A trading de açúcar e etanol Copersucar recebeu certificação que comprova que seu etanol à base de cana-de-açúcar está de acordo com exigências internacionais para produção de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês).
A Certificação Internacional em Sustentabilidade e Carbono (ISCC, na sigla em inglês) se aplica ao biocombustível produzido nas usinas Barra Grande e São José, ambas no interior de São Paulo, controladas pelo grupo Zilor.
O ISCC é o principal sistema de certificação internacional para biomassa e bioenergia, com foco na sustentabilidade do uso da terra em conjunto com a rastreabilidade e a verificação dos gases de efeito estufa.
As credenciais autorizam as duas unidades de etanol a fazerem parte da cadeia de fornecimento de etanol para SAF em todos os estados membros da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês).
Os membros da ICAO estabeleceram metas ambiciosas para mitigar as emissões de gases de efeito estufa provenientes do transporte aéreo, incluindo o crescimento neutro em carbono a partir de 2020.
Como cooperativa, a Copersucar não possui ativos de produção, mas sim contratos para aquisição de açúcar e etanol de suas usinas parceiras no Brasil. O grupo também detém o controle acionário da trading Eco-Energy, que é responsável por cerca de 16pc do mercado de etanol dos Estados Unidos.
A Copersucar pretende obter as certificações ISCC CORSIA para todas as suas 34 unidades industriais parceiras no Brasil. "Queremos estar posicionados para oferecer produtos em escala para o mercado", disse o CEO Tomas Manzano.
Para Manzano, a certificação do etanol brasileiro para SAF reforça a "contribuição efetiva" que o país pode oferecer "aos compromissos de transição energética e para uma economia de baixo carbono".
O biocombustível aéreo produzido a partir do etanol de cana-de-açúcar pode ser uma solução relevante para a indústria aeronáutica, segundo a Copersucar. O etanol produzido de forma sustentável pode reduzir as emissões em até 80pc em comparação com os combustíveis fósseis convencionais, disse a empresa.
O setor de transporte aéreo e o Departamento de Energia dos EUA enxergam o Brasil, referência global em biocombustíveis como o etanol e o biodiesel à base de óleo de soja, como um grande player em potencial no SAF, devido à via de conversão pela tecnologia alcohol-to-jet (AtJ, na sigla em inglês).
Um grupo seleto de produtores brasileiros recebeu certificações para converter etanol em SAF, incluindo BP Bunge, Raízen e São Martinho. A busca para obter certificados ISCC mostra como as empresas brasileiras estão se posicionando para capitalizar o crescente interesse internacional em projetos de descarbonização.
| Usinas brasileiras certificadas pelo ISCC CORSIA | t/safra | ||
| grupo | cidade/estado | capacidade | |
| Plantas de etanol | |||
| Costa Pinto | Raízen | Piracica/SP | 4.700.000 |
| Santa Cruz | São Martinho | Americo Brasiliense/SP | 5.200.000 |
| Ouroeste | BP Bunge | Ouroeste/SP | 2.000.000 |
| Barra Grande | Zilor/Copersucar | Lencois Paulistas/SP | 4.400.000 |
| São José | Zilor/Copersucar | Macatuba/SP | 4.500.000 |
| Argus, Datagro | |||

