A gigante sucroalcooleira Raízen investirá R$1,3 bilhão para produzir etanol celulósico ou de segunda geração (2G), em sua unidade em Caarapó, no Mato Grosso do Sul, o quarto maior estado produtor de cana-de-açúcar do país.
A empresa revelou seus planos de expansão durante uma reunião com o governador Eduardo Riesel e sua equipe, na terça-feira, em São Paulo, em um evento de negócios organizado pelo governo do Mato Grosso do Sul.
Detalhes, incluindo volumes de produção e cronograma de construção, não foram divulgados.
Jaime Verruck, secretário titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) do estado, elogiou o anúncio da Raízen e disse que a instalação "permite uma ampliação significativa dos créditos de carbono", à medida que o Brasil visa zerar as emissões até 2050.
O etanol celulósico é feito com bagaço – biomassa originada no processo de moagem da cana-de-açúcar –, além de pedaços e folhas descartadas na colheita da matéria-prima. O preço desse produto obtém um prêmio de 70pc em relação ao etanol convencional no mercado internacional, de acordo com a Raízen.
Em 2021, a empresa anunciou a expansão de sua produção de etanol 2G de um único protótipo de usina para 20 novas unidades de biocombustíveis avançados, em 10 anos, e 25 plantas, a longo prazo.
Verruck também informou que a Atvos, ex-braço de açúcar e álcool da Novonor (antiga Odebrecht), deve investir R$3 bilhões na produção de biogás à base de resíduos da moagem de cana-de-açúcar.
Em 2021, a Raízen comprou a Biosev, concorrente que pertencia à trading francesa Louis Dreyfus, em uma transação que envolveu dinheiro e ações. A fusão incluiu três unidades da Biosev no Mato Grosso do Sul – Caarapó, Maracaju e Rio Brilhante.

