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BSBios unirá ativos no Brasil e Paraguai; mira IPO

  • Märkte: Agriculture, Biofuels, Oil products
  • 27.01.23

A produtora de biodiesel BSBios, controlada por Erasmo Carlos Battistella, deu mais um passo na internacionalização com a compra da esmagadora de soja e produtora de biodiesel La Paloma, do Paraguai. O ativo recém-adquirido fica a 400 quilômetros do Omega Green, que produzirá HVO e querosene de aviação no país vizinho. A estratégia é garantir insumos para o projeto que se tornará operacional em 2025 e abastecer as usinas no Rio Grande do Sul e no Paraná. Antes de La Paloma, a BSBios já havia comprado a suíça MP Biodiesel , em março de 2022. Por aqui, Battistella afirmou que novos aportes no Brasil estão congelados até que o cronograma de mistura seja retomado. Enquanto isso, impulsiona as exportações de biodiesel e estuda a possibilidade de um IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês). O empresário, a Copetrol e o Grupo Cobra, sócios no Omega Green, estão revendo os investimentos para este projeto, inicialmente orçado em $1 bilhão. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Qual foi o racional da aquisição da esmagadora de soja paraguaia La Paloma?

Investimos na fábrica de processamento de soja e de produção de biodiesel por dois motivos: o primeiro é crescer na área de bioenergia e ter acesso à matéria-prima. O segundo é acelerar os investimentos fora do Brasil. Estar no Paraguai é muito importante devido à originação dos insumos também para o projeto Omega Green. Uma vantagem imediata será fidelizar o fornecimento de soja e certificar a cadeia produtiva.

Como serão essas sinergias entre os ativos no Paraguai e no Brasil?

É importante destacar que o investimento na La Paloma é 100pc da BSBios, enquanto o projeto Omega Green tem como acionistas [a distribuidora de combustíveis paraguaia] Copetrol e [o espanhol] Grupo Cobra [empresa responsável pela engenharia, contratos e construção da indústria].

Além de conectar o fornecimento de insumos com o Omega Green, queremos usá-los também no Brasil. No futuro, as unidades da BSBios poderão ser abastecidas com soja ou óleo de soja do Paraguai. Estou convicto de que cada vez mais as cadeias produtivas vão passar por mais certificações, principalmente no âmbito da sustentabilidade.

Quando foi iniciada a negociação para comprar La Paloma? Quanto foi investido?

A conversa começou na metade de 2022. Fizemos uma negociação direta [com os sócios Darci Ricardi, Massimiliano Corsi e Sidney Wedderhoff]. Temos um acordo de confidencialidade em relação ao investimento. Fizemos um desembolso inicial e os demais serão conforme alguns eventos que acontecerão nos próximos meses. Tudo com recursos próprios.

Esta é a segunda aquisição do ECB no exterior. Por que compraram um ativo no Paraguai e não no Brasil?

Não estamos investindo mais na cadeia [do biodiesel] no Brasil por falta de segurança. A redução da mistura e o não cumprimento do cronograma [do Conselho Nacional de Política Energética] trouxeram insegurança. Muitas empresas estão segurando investimentos bilionários e aguardando a decisão do governo sobre elevar a mescla para 15pc em abril. Quando isso acontecer, a BSBios e outros produtores deverão descongelar os investimentos.

As decisões do governo [anterior] romperam os compromissos assumidos com o biodiesel e o Renovabio [Política Nacional de Biocombustíveis]. Esperamos que o atual governo nos dê previsibilidade, conforme o prometido no período da campanha.

Quais são as perspectivas em relação à política energética?

Estamos buscando diálogo com os ministérios de Minas e Energia, Agricultura e Pecuária e o recém-criado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Ele atendeu o setor durante a campanha e a transição. Já conversamos com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, mas, efetivamente, o governo começou há poucos dias. Todos ainda estão formando suas equipes.

Como foram os resultados de 2022 e qual o cenário que projeta em 2023?

Deveremos fechar com faturamento de R$9,3 bilhões, um crescimento de 6pc, em um ano muito duro por causa da estiagem e da mistura em 10pc. Os números consolidados estão sendo auditados e publicados em abril. Conseguimos melhorar a geração de caixa no período. Para 2023, a expectativa é crescer 10pc porque estaremos com a operação completa da Suíça e terá a do Paraguai. Mas tudo dependerá do câmbio e da cotação da commodity em Chicago.

Os aportes em biodiesel estão congelados no momento, mas a empresa prevê investir em outras áreas neste ano?

Trabalhamos com vários cenários de investimentos, inclusive um caso a mistura do biodiesel aumente no Brasil. Temos o projeto de etanol de cereais , orçado em R$500 milhões, que está avançando na engenharia e na adoção de tecnologia. Os 100 primeiros dias do novo governo serão essenciais para nortear os investimentos.

Com a musculatura atual, o senhor já estuda fazer IPO da companhia?

Estamos trabalhando para desempenhar o plano estratégico para 2030. Uma possível ida ao mercado de capitais precisa do alinhamento de três astros: mercado, momento da companhia e definição do acionista. Temos sido abordados por bancos de investimento devido às características da BSBios como empresa com melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Começaremos a olhar isso no fim de 2023 ou início do ano que vem, tendo o cenário ideal para essas três condições.

Como está evoluindo o projeto Omega Green?

O projeto está evoluindo e vemos boas oportunidades para o hidrogênio e a amônia verdes, portanto, compramos uma área maior e pedimos as alterações nas licenças ambientais e de zona franca. Nos últimos meses, o custo do dinheiro aumentou e os três sócios estão se reorganizando. As fases de EPC [engenharia, contratos e construção] e tecnologia estão finalizadas, agora, estamos nos processos internos de aprovações e financiamentos. Este é um projeto de $1 bilhão que dialoga com o hemisfério norte. O cronograma passou de 2024 para 2025 e o investimento em bens de capital terá alteração, mas sem fugir muito do projetado.

O grupo ampliará as exportações de biodiesel a partir do Brasil ou do Paraguai?

Iremos ampliar as exportações neste ano e já temos volume para ser embarcado em janeiro. Acredito que o Brasil deveria exportar, no mínimo, um terço do que produz. No ano passado, a BSBios exportou cerca de 50.000t de biodiesel.


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