• 14 de junho de 2024
  • Market: Agriculture

Related news

News
21/11/25

Crop tour na Argentina: Produtividade é positiva

Crop tour na Argentina: Produtividade é positiva

Buenos Aires, 21 November (Argus) — O início de uma série de levantamentos de campo na Argentina reforçou as projeções de maiores rendimentos de trigo e cevada na safra 2025-26, mas as esperanças de um ano excepcional podem ser frustradas pela infestação de ervas daninhas e geada recente na região. Os resultados do primeiro dia de visitas de campo em Buenos Aires indicaram que os rendimentos da cevada foram superiores aos do ano anterior em todas as quatro regiões pesquisadas, enquanto os rendimentos do trigo foram maiores em todas, exceto uma. A visita de campo, organizada pela Bolsa de Cereais e Produtos de Bahía Blanca e pela Câmara de Arbitragem de Cereais de Bahía Blanca, enviou pesquisadores por quatro circuitos, partindo de Bahía Blanca, no sudoeste da província de Buenos Aires, até as províncias vizinhas de Buenos Aires e Las Pampa, para relatar os rendimentos e as condições das lavouras de trigo e cevada. A visita, que inclui dois dias de levantamentos de campo, será concluída em 19 de novembro com um repórter do Argus acompanhando o circuito de Sierra. Trigo As produtividades preliminares de trigo foram maiores em três das quatro regiões visitadas devido à melhora das condições de umidade. A produtividade de trigo no circuito Mar, no primeiro dia, foi de 5,33 toneladas (t)/hectare (ha), aumento de 48pc em relação ao ano anterior. O circuito Mar se estende para leste de Bahía Blanca ao longo da costa atlântica. O circuito Sierra, que se estende a nordeste de Bahía Blanca, acima do circuito Mar, registrou produtividade de 4,6 t/ha, aumento de 18pc em relação ao ano anterior. O circuito Laguna, que segue para o norte, na parte oeste da província de Buenos Aires, registrou produtividade de 4,3 t/ha, aumento de 19pc em relação ao ano anterior. O circuito Pampa, que percorre o norte e oeste ao longo de pastagens de baixa altitude na província de La Pampa, foi a única área em que a produtividade ficou abaixo do ano anterior, com 2,55 t/ha, queda de 12pc. Os resultados do levantamento da safra de trigo na porção sul de Buenos Aires estiveram em grande parte alinhados com a estimativa de 4,08 t/ha da Câmara de Comércio de Rosário para a província. No entanto, a infestação de ervas daninhas e a perda do potencial de rendimento foram evidentes em áreas onde os insumos agrícolas e fertilizantes foram menos utilizados. Algumas das lavouras estavam bem estabelecidas e alcançarão produtividades recordes, enquanto outras devem ter produção abaixo da média. Para a província de Buenos Aires como um todo, espera-se que os rendimentos na porção sul devem ser menores do que a produtividade mais ao norte, visto que a geada dos últimos dias provavelmente reduzirá o potencial geral das lavouras. Cevada Os resultados do levantamento da produtividade da cevada foram superiores aos do ano anterior em todos os quatro circuitos, após uma safra ruim no ano anterior. Os rendimentos da cevada no circuito Mar foram de 5,71 t/ha, aumento de 43pc em relação ao ano anterior. O circuito Sierra apresentou rendimentos de 4,9 t/ha, aumento de 29pc em relação ao ano anterior. O circuito de Laguna apresentou rendimentos de 4,4 t/ha, aumento de 26pc em relação ao ano anterior. Ao longo do circuito Pampa, os rendimentos de cevada foram de 3,7 t/ha, aumento de 68pc em relação a 2024, em comparação a menores rendimentos esperados para o trigo. Em menor grau do que o trigo, as lavouras de cevada apresentaram variações nos rendimentos. Uma geada recente também pode ter reduzido a produtividade máxima. Por Jeffrey T. Lewis e Alexander Schultz Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.

Saiba mais
News

Crop tour na Argentina: Produtividade é positiva


19/11/25
News
19/11/25

Crop tour na Argentina: Produtividade é positiva

Buenos Aires, 19 November (Argus) — O início de uma série de levantamentos de campo na Argentina reforçou as projeções de maiores rendimentos de trigo e cevada na safra 2025-26, mas as esperanças de um ano excepcional podem ser frustradas pela infestação de ervas daninhas e geada recente na região. Os resultados do primeiro dia de visitas de campo em Buenos Aires indicaram que os rendimentos da cevada foram superiores aos do ano anterior em todas as quatro regiões pesquisadas, enquanto os rendimentos do trigo foram maiores em todas, exceto uma. A visita de campo, organizada pela Bolsa de Cereais e Produtos de Bahía Blanca e pela Câmara de Arbitragem de Cereais de Bahía Blanca, enviou pesquisadores por quatro circuitos, partindo de Bahía Blanca, no sudoeste da província de Buenos Aires, até as províncias vizinhas de Buenos Aires e Las Pampa, para relatar os rendimentos e as condições das lavouras de trigo e cevada. A visita, que inclui dois dias de levantamentos de campo, será concluída em 19 de novembro com um repórter da Argus acompanhando o circuito de Sierra. Trigo As produtividades preliminares de trigo foram maiores em três das quatro regiões visitadas devido à melhora das condições de umidade. A produtividade de trigo no circuito Mar, no primeiro dia, foi de 5,33 toneladas (t)/hectare (ha), aumento de 48pc em relação ao ano anterior. O circuito Mar se estende para leste de Bahía Blanca ao longo da costa atlântica. O circuito Sierra, que se estende a nordeste de Bahía Blanca, acima do circuito Mar, registrou produtividade de 4,6 t/ha, aumento de 18pc em relação ao ano anterior. O circuito Laguna, que segue para o norte, na parte oeste da província de Buenos Aires, registrou produtividade de 4,3 t/ha, aumento de 19pc em relação ao ano anterior. O circuito Pampa, que percorre o norte e oeste ao longo de pastagens de baixa altitude na província de La Pampa, foi a única área em que a produtividade ficou abaixo do ano anterior, com 2,55 t/ha, queda de 12pc. Os resultados do levantamento da safra de trigo na porção sul de Buenos Aires estiveram em grande parte alinhados com a estimativa de 4,08 t/ha da Câmara de Comércio de Rosário para a província. No entanto, a infestação de ervas daninhas e a perda do potencial de rendimento foram evidentes em áreas onde os insumos agrícolas e fertilizantes foram menos utilizados. Algumas das lavouras estavam bem estabelecidas e alcançarão produtividades recordes, enquanto outras devem ter produção abaixo da média. Para a província de Buenos Aires como um todo, espera-se que os rendimentos na porção sul devem ser menores do que a produtividade mais ao norte, visto que a geada dos últimos dias provavelmente reduzirá o potencial geral das lavouras. Cevada Os resultados do levantamento da produtividade da cevada foram superiores aos do ano anterior em todos os quatro circuitos, após uma safra ruim no ano anterior. Os rendimentos da cevada no circuito Mar foram de 5,71 t/ha, aumento de 43pc em relação ao ano anterior. O circuito Sierra apresentou rendimentos de 4,9 t/ha, aumento de 29pc em relação ao ano anterior. O circuito de Laguna apresentou rendimentos de 4,4 t/ha, aumento de 26pc em relação ao ano anterior. Ao longo do circuito Pampa, os rendimentos de cevada foram de 3,7 t/ha, aumento de 68pc em relação a 2024, em comparação a menores rendimentos esperados para o trigo. Em menor grau do que o trigo, as lavouras de cevada apresentaram variações nos rendimentos. Uma geada recente também pode ter reduzido a produtividade máxima. Por Jeffrey T. Lewis e Alexander Schultz Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.

News

Virada de mix para etanol pode persistir em 2026-27


13/11/25
News
13/11/25

Virada de mix para etanol pode persistir em 2026-27

Sao Paulo, 13 November (Argus) — Os balanços trimestrais das empresas sucroenergéticas divulgados nesta semana confirmaram a recente virada de mix de produção a favor do etanol em detrimento do açúcar nas usinas – movimento que pode perdurar pela próxima safra. A contínua desvalorização dos preços do açúcar nos últimos meses, diante de uma perspectiva global de superávit de oferta, tornou a produção do biocombustível mais atrativa para usinas do que a do adoçante em diversas praças do país. Os preços do contrato futuro do açúcar com vencimento em março de 2026 negociados na Bolsa de Nova York atingiram 14,52 centavos de dólar por libra (¢/lb) em 12 de novembro, recuo de quase 24pc ante 19,20¢/lb registrados um ano antes. Enquanto isso, o preço do etanol anidro comercializado à vista no Centro-Sul subiu 13pc na comparação anual, para R$ 3,367/m³ na última cotação de 7 de novembro. Os movimentos de preços evidenciam uma mudança de paradigma em relação aos últimos anos, quando o açúcar voltado à exportação remunerava os produtores mais do que o etanol. Essa virada de rentabilidade começou no Centro-Oeste, região que, pela maior distância da costa, enfrenta custos mais altos para transportar a commodity até os portos. Mas até mesmo usinas do estado de São Paulo, que abriga o Porto de Santos – principal terminal de escoamento do açúcar brasileiro para o mercado internacional –, perceberam ultimamente uma maior rentabilidade com a produção de etanol. A São Martinho informou, na teleconferência de resultados do último dia 11 de novembro, que, desde setembro, suas usinas em São Paulo estão direcionando 100pc da produção para o etanol. O diretor financeiro da companhia, Felipe Vichiatto, destacou que o preço do etanol equivalente ao açúcar girava em torno de 15,50¢/lb, enquanto a tela do açúcar ficou próxima a 14¢/lb. Ele disse que, se o mercado continuar operando nesses níveis, é provável que a empresa inicie a próxima safra – que vai de abril 2026-março 2027 – ainda com um mix mais alcooleiro. A produtora Jalles registrou um mix de produção de 49,5pc para o açúcar e 50,5pc para o etanol entre julho-setembro. A fatia do adoçante está abaixo do previsto no guidance da empresa para a safra, de 51,8pc, contra 48,2pc para o biocombustível. Segundo a empresa, desde junho, o anidro começou a remunerar mais do que o adoçante em sua unidade Jalles Machado, em Goiás, e, a partir de setembro, os preços do etanol hidratado também tornaram-se mais rentáveis que o açúcar. A Adecoagro também mudou sua estratégia no segundo semestre da safra, maximizando a produção de etanol em detrimento do açúcar entre julho-setembro, alçando um mix de 58pc para o bicombustível e 42pc para o adoçante. Isso se compara com um mix de 45pc para o etanol e 55pc para o açúcar um ano atrás. Mercado posterga liquidação de contratos Tradings e produtores iniciaram um movimento de rolagem de contratos de açúcar desde meados de maio, na tentativa de liquidar os papéis a preços mais atrativos para a venda – cenário que não se concretizou. O resultado foi uma desvalorização sucessiva dos preços do adoçante, que levou a um acúmulo de perdas para os investidores. Os preços do contrato futuro do açúcar com vencimento em março de 2026 negociados na NYSE desvalorizaram 18,1pc entre 1º de maio-12 de novembro. As expectativas para a próxima safra ainda são de baixa para os preços do açúcar — o que deve fazer os agentes liquidarem os contratos postergados até março de 2026, a fim de evitar maiores perdas, segundo participantes do setor. O mercado espera uma recuperação na qualidade da cana-de-açúcar em 2026-27, devido a condições climáticas mais favoráveis, que deve levar a uma safra maior que a atual. Isso injetaria amplos volumes de açúcar no mercado, mesmo com um mix mais alcooleiro — o que dificultaria uma recuperação dos preços do adoçante. Por Maria Lígia Barros e Maria Albuquerque Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.

News

CooperAlfa se prepara para operações de biodiesel


16/10/25
News
16/10/25

CooperAlfa se prepara para operações de biodiesel

Sao Paulo, 16 October (Argus) — A CooperAlfa, cooperativa concentrada na produção de grãos e farinhas, se prepara para iniciar atividades no mercado de biodiesel a partir de 2027, após finalizar a construção de sua primeira usina em Chapecó (SC). A capacidade da nova usina será de 1.150 m³/d e faz parte do plano de expansão da entidade, que também amplia seu processamento de grãos e intensifica esforços para atuar em diferentes segmentos do complexo soja. Em conversa com a Argus, o assessor comercial da CooperAlfa, Luiz Kessler , fala sobre os planos da cooperativa para manter o equilíbrio entre as operações de biodiesel e o suprimento de insumos no mercado doméstico. A seguir, os principais trechos da entrevista. O que levou a CooperAlfa a entrar no mercado de biodiesel? Participamos do programa de biodiesel brasileiro desde o princípio, principalmente como fornecedor de matéria-prima para as indústrias do biocombustível. Atualmente, ofertamos mais de 200.000 toneladas (t)/ano de soja produzida a partir da agricultura familiar, que vão [no formato de óleo] para as empresas [produtoras de biodiesel]. O foco da cooperativa é a agricultura familiar e os pequenos produtores. Vemos no biodiesel uma oportunidade de melhorar essa relação comercial com esses trabalhadores e com o mercado. Ampliamos o esmagamento de soja há aproximadamente 2 anos. Passamos de 700t para 2.000 t/d, com a expertise de vender óleo e farelo de soja no mercado. A partir daí começamos a analisar qual seria o próximo passo. Considerando o mandato de mescla e projeção de aumento [de biodiesel no diesel], enxergamos a oportunidade de incluir esse segmento nos negócios da cooperativa. Como a CooperAlfa planeja ganhar espaço em um mercado que já conta com quase 60 usinas de biodiesel? Acredito que a disputa será com participantes mais fortes do que nós, mas uma particularidade nossa é o relacionamento que fazemos com os clientes. Nossa estratégia foi colocar três centrífugas na usina, para poder trabalhar com três módulos diferentes até chegar aos mais de 1.000 m³/d. Será mais tranquilo administrar a quantidade de biodiesel que produziremos, de acordo com o mercado que formos conquistando. A CooperAlfa produzirá biodiesel a partir de óleo de soja ou usará outros insumos? Projetamos a fábrica para ser flex, então terá a possibilidade de receber outras gorduras. Começaremos a rodar com óleo de soja e vamos aprendendo com o tempo, mas a ideia é aproveitar todas as oportunidades que existirem. Estamos localizados numa região de grades frigoríficos, tanto de suínos como de aves, então há também disponibilidade dessas gorduras. A oferta de óleo de soja da CooperAlfa diminuirá com a produção de biodiesel? A nossa estrutura tem tanques para comercialização de óleo de soja, mas a conta é que vai dizer onde vamos "colocar os ovos", no biodiesel ou no insumo. Mas deixaremos de ofertar parte do volume de óleo para o mercado. Percebemos que o sucesso maior é para quem consegue trabalhar em toda a cadeia. Nós temos o produtor, a soja, a indústria de processamento e, agora, a de biodiesel. Por Natalia Dalle Cort Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.

News

Aumento da área de soja no Brasil é o menor em 18 anos


22/08/25
News
22/08/25

Aumento da área de soja no Brasil é o menor em 18 anos

Sao Paulo, 22 August (Argus) — A área plantada de soja no Brasil na safra 2025-26 pode ter o menor crescimento percentual desde a safra 2007-08, devido às margens mais apertadas dos produtores, mas ainda mantém uma tendência de crescimento de duas décadas. Os agricultores devem plantar 48,5 milhões de hectares (ha) de soja no próximo ciclo, com base na média das estimativas de participantes do mercado. Isso representaria um aumento de 1,8pc em relação à área plantada na safra 2024-25, em comparação com um crescimento médio de 4,8pc desde 2007-08. A área plantada cresceu 3,2pc na safra atual em relação ao ciclo 2023-24, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Brasil vem expandindo a área plantada de soja — sua maior cultura agrícola — a cada ano desde o ciclo 2007-08, quando semeou 21,3 milhões de ha. Desde então, a área plantada mais que dobrou. Em números absolutos, a área da safra 2025-26 crescerá em 871.800ha, o menor valor desde a safra 2018-19, que aumentou em 724.800ha. As expansões estão desacelerando e o crescimento tem se tornado progressivamente mais lento nos últimos dois anos. Os preços internacionais caíram acentuadamente desde 2023 devido a um excesso de oferta global de soja . O contrato futuro para o mês mais próximo na Bolsa de Chicago (CBOT) atingiu 1.034,5 centavos de dólar por bushel (¢/bu) em 21 de agosto, queda de 33,6pc em relação ao pico registrado em junho de 2023. Os custos de produção apresentaram tendência oposta, impulsionados pelos preços mais altos dos fertilizantes e pesticidas. Os investimentos nessas duas categorias de insumos devem aumentar 9,6pc e 4,3pc em relação à safra 2024-25, respectivamente, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). O Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil. Os fertilizantes fosfatados são o principal nutriente utilizado no cultivo da soja, mas a oferta tem sido restrita nos últimos anos. O Marrocos, grande fornecedor, mudou sua estratégia de produção para se tornar menos dependente do MAP, e a China — outro grande exportador — reduziu as exportações para atender à demanda interna. A Rússia agora responde pela maior parte do fornecimento ao mercado brasileiro, aumentando os preços devido à falta de concorrência. As compras para a safra de soja, com plantio programado para começar em setembro, intensificaram-se entre maio e agosto. O preço do MAP 11-52 cfr Brasil atingiu $740-755/t em 21 de agosto, uma alta de mais de 40pc em dois anos. Os fundamentos econômicos brasileiros também preocupam agricultores, que enfrentam dificuldades para obter acesso a linhas de crédito para financiar as safras. A taxa Selic atingiu 15pc em junho deste ano, o maior nível desde julho de 2006. O número de agricultores que não cumpriram suas obrigações financeiras atingiu 7,9pc no primeiro trimestre de 2025, segundo a empresa de análise de risco Serasa Experia. Isso representa um aumento de quase um ponto percentual em relação ao ano anterior e ocorre após um ciclo de safra abaixo do esperado em 2023-24, impulsionado pelo clima desfavorável na maior parte do país. Uma safra recorde de soja no ciclo 2024-25, junto da forte demanda chinesa, que elevou os preços, conseguiram oferecer algum alívio para agricultores, mas não o suficiente para compensar o peso dos custos de produção mais altos, das altas taxas de juros e dos preços que ainda não retornaram aos mesmos níveis de dois anos atrás. Espaço para crescimento Porém, ainda há espaço para mais crescimento no futuro, apesar das condições que limitam os investimentos, de acordo com participantes do mercado. O Brasil tinha aproximadamente 28 milhões de ha de pastagens degradadas com potencial para o cultivo de soja em 2024, mostram dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Pastagens degradadas são aquelas onde a ação humana ou processos naturais alteraram as características originais além do ponto de recuperação natural, exigindo intervenção. A Embrapa considera cerca de 17,5 milhões de ha das áreas de pastagem estão em condições intermediárias, apresentando potencial bom ou muito bom para práticas agrícolas. Os outros 10,5 milhões de ha de pastagens são considerados em condições severas de degradação. Entre os estados que apresentaram as maiores áreas estão o centro-oeste do Mato Grosso, com 5,1 milhões de ha; Goiás, com 4,7 milhões de ha; e Mato Grosso do Sul, com 4,3 milhões de hectares. O Centro-Oeste é o maior polo produtor de soja do Brasil. No entanto, essas áreas precisam de investimentos privados e governamentais para cultivar soja com sucesso, disseram participantes de mercado. O Brasil precisaria investir R$482,6 bilhões para converter os 28 milhões de ha de pastagens degradadas em lavouras de soja, estima o banco de investimentos Itaú BBA. A previsão leva em consideração as aplicações de nutrientes necessárias para a recuperação dessas áreas. A grande extensão territorial do Brasil permitiu a expansão da área plantada quando as condições ainda eram favoráveis à cultura. Os preços apresentaram tendência de alta durante a maior parte das últimas duas décadas, com a demanda chinesa mais forte e mais investimentos no setor de biocombustíveis. A soja é a cultura mais importante do Brasil. O país tem fornecido aproximadamente 60pc ao ano do total importado pela China — o maior comprador mundial — desde 2020, segundo dados do Global Trade Tracker e da alfândega chinesa. O Centro-Oeste tem registrado a maior participação em áreas destinadas à soja em números absolutos desde o ciclo 2007-08. A área plantada aumentou para 22 milhões de ha na safra 2024-25, ante 9,6 milhões de ha naquela época, mostram dados da Conab. A área plantada na região Norte aumentou para 3,7 milhões de ha na safra 2024-25, ante 517.500ha na temporada 2007-08, representando o maior aumento percentual, apesar da menor área. O Nordeste teve o segundo maior crescimento, de 1,6 milhão de ha para 4,7 milhões de ha. Os estados dessas regiões pertencem à região do Matopiba , confluência dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Ainda assim, o crescimento exponencial da área plantada com soja no Brasil continua, em contraste com os investimentos limitados de outros grandes produtores. Os Estados Unidos e a Argentina reduziram a área plantada de soja desde os picos das safras 2017-18 e 2015-16, de 36,2 milhões de ha e 19,4 milhões de ha, respectivamente. Por Nathalia Giannetti e Sofia Zizza Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.