Visão geral
Os mercados de carbono estão se desenvolvendo como uma alavanca econômica crucial no desafio de reverter a acumulação de gases de efeito estufa na atmosfera da Terra, enquanto o CO2 continua sendo um fator chave em uma variedade de setores industriais.
Os governos nacionais estão adotando mercados de carbono, com uma proliferação de políticas de preços de carbono em todo o mundo. O setor privado está canalizando o financiamento para projetos que geram reduções e remoção de emissões de carbono para mitigar suas emissões difíceis de reduzir.
E as Nações Unidas estão fazendo progressos na construção de um mercado global para reduções de emissões de carbono que facilitará as tentativas das nações de cumprir suas obrigações sob o Acordo de Paris.
Os setores industriais continuam sendo uma fonte chave de emissões e consumo de CO2, com a inovação olhando para métodos sustentáveis de produção e utilização.
A Argus está preparando o cenário para um período prolongado de crescimento, evolução e interconexão de participantes e iniciativas do mercado de carbono.
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Virada de mix para etanol pode persistir em 2026-27
Virada de mix para etanol pode persistir em 2026-27
Sao Paulo, 13 November (Argus) — Os balanços trimestrais das empresas sucroenergéticas divulgados nesta semana confirmaram a recente virada de mix de produção a favor do etanol em detrimento do açúcar nas usinas – movimento que pode perdurar pela próxima safra. A contínua desvalorização dos preços do açúcar nos últimos meses, diante de uma perspectiva global de superávit de oferta, tornou a produção do biocombustível mais atrativa para usinas do que a do adoçante em diversas praças do país. Os preços do contrato futuro do açúcar com vencimento em março de 2026 negociados na Bolsa de Nova York atingiram 14,52 centavos de dólar por libra (¢/lb) em 12 de novembro, recuo de quase 24pc ante 19,20¢/lb registrados um ano antes. Enquanto isso, o preço do etanol anidro comercializado à vista no Centro-Sul subiu 13pc na comparação anual, para R$ 3,367/m³ na última cotação de 7 de novembro. Os movimentos de preços evidenciam uma mudança de paradigma em relação aos últimos anos, quando o açúcar voltado à exportação remunerava os produtores mais do que o etanol. Essa virada de rentabilidade começou no Centro-Oeste, região que, pela maior distância da costa, enfrenta custos mais altos para transportar a commodity até os portos. Mas até mesmo usinas do estado de São Paulo, que abriga o Porto de Santos – principal terminal de escoamento do açúcar brasileiro para o mercado internacional –, perceberam ultimamente uma maior rentabilidade com a produção de etanol. A São Martinho informou, na teleconferência de resultados do último dia 11 de novembro, que, desde setembro, suas usinas em São Paulo estão direcionando 100pc da produção para o etanol. O diretor financeiro da companhia, Felipe Vichiatto, destacou que o preço do etanol equivalente ao açúcar girava em torno de 15,50¢/lb, enquanto a tela do açúcar ficou próxima a 14¢/lb. Ele disse que, se o mercado continuar operando nesses níveis, é provável que a empresa inicie a próxima safra – que vai de abril 2026-março 2027 – ainda com um mix mais alcooleiro. A produtora Jalles registrou um mix de produção de 49,5pc para o açúcar e 50,5pc para o etanol entre julho-setembro. A fatia do adoçante está abaixo do previsto no guidance da empresa para a safra, de 51,8pc, contra 48,2pc para o biocombustível. Segundo a empresa, desde junho, o anidro começou a remunerar mais do que o adoçante em sua unidade Jalles Machado, em Goiás, e, a partir de setembro, os preços do etanol hidratado também tornaram-se mais rentáveis que o açúcar. A Adecoagro também mudou sua estratégia no segundo semestre da safra, maximizando a produção de etanol em detrimento do açúcar entre julho-setembro, alçando um mix de 58pc para o bicombustível e 42pc para o adoçante. Isso se compara com um mix de 45pc para o etanol e 55pc para o açúcar um ano atrás. Mercado posterga liquidação de contratos Tradings e produtores iniciaram um movimento de rolagem de contratos de açúcar desde meados de maio, na tentativa de liquidar os papéis a preços mais atrativos para a venda – cenário que não se concretizou. O resultado foi uma desvalorização sucessiva dos preços do adoçante, que levou a um acúmulo de perdas para os investidores. Os preços do contrato futuro do açúcar com vencimento em março de 2026 negociados na NYSE desvalorizaram 18,1pc entre 1º de maio-12 de novembro. As expectativas para a próxima safra ainda são de baixa para os preços do açúcar — o que deve fazer os agentes liquidarem os contratos postergados até março de 2026, a fim de evitar maiores perdas, segundo participantes do setor. O mercado espera uma recuperação na qualidade da cana-de-açúcar em 2026-27, devido a condições climáticas mais favoráveis, que deve levar a uma safra maior que a atual. Isso injetaria amplos volumes de açúcar no mercado, mesmo com um mix mais alcooleiro — o que dificultaria uma recuperação dos preços do adoçante. Por Maria Lígia Barros e Maria Albuquerque Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.
Parecer da PGR pode elevar preço do Cbio em 2026
Parecer da PGR pode elevar preço do Cbio em 2026
Sao Paulo, 23 October (Argus) — O parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), recomendando a suspensão das liminares que desobrigam distribuidoras de combustíveis de cumprir metas da Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio), pode diminuir a percepção de risco regulatório e elevar o preço dos créditos de descarbonização (Cbios). O parecer da PGR sustenta que essas liminares criam um regime regulatório paralelo, comprometem a concorrência e enfraquecem os objetivos ambientais do Renovabio. O documento também refuta a alegação de volatilidade excessiva nos preços dos Cbios, apontando estabilidade no preço médio entre 2022-2024, o que permite o provisionamento regular por parte dos agentes obrigados. Caso o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acate o pedido da União, até 10,49 milhões de Cbios podem voltar à demanda ativa do mercado. Esse volume corresponde à dívida acumulada por distribuidoras inadimplentes. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 61 das 160 distribuidoras registradas iniciaram 2025 com menos Cbios aposentados do que deveriam. Destas, 20 mantinham liminares que impediam a aplicação de penalidades no início do ano. Os próximos passos dependem da tramitação no STJ. Se deferida, a decisão tem efeito imediato, mas provisório, e obriga as distribuidoras a cumprirem integralmente as metas do Renovabio, sem possibilidade de substituição por depósitos judiciais. Após a decisão do Presidente do STJ, cabe recurso à Corte Especial do STJ. Importante destacar que essa decisão não interfere no mérito das ações originárias, que continuam tramitando no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Embora os fundamentos de oferta e meta ainda sustentem uma visão de preços moderados, a diminuição do risco jurídico reacende a possibilidade de valorização dos Cbios em 2026. O mercado aguarda com atenção o desfecho no STJ, que pode redefinir o equilíbrio entre oferta, demanda e enforcement regulatório no programa de descarbonização brasileiro. Cenário atual Os atuais fundamentos do mercado apontam para uma perspectiva de baixa para 2026. O principal argumento dos agentes é o elevado volume de Cbios em estoque nas mãos dos fornecedores. Os emissores de Cbios detêm cerca de 15,48 milhões de títulos, o que representa mais de 51pc do estoque total disponível no mercado, segundo dados da B3. O BTG Pactual projetava um estoque de passagem para 2026 de pouco mais de 23 milhões de Cbios entre todas as pontas do mercado, antes do parecer da PGR. O setor sucroenergético projeta maior produção de etanol em 2026, o que tende a ampliar a oferta de créditos no mercado. Outro fator que contribui para essa visão é a meta de descarbonização proposta pelo governo para 2026, considerada conservadora por participantes do mercado. Com base nesses fundamentos, o BTG estimou o preço médio do Cbio em R$80 para o próximo ano. Como base de comparação, os Cbios foram negociados a uma média ponderada por volume de R$38 em 23 de outubro, queda de 10pc desde 1 julho. Por Rebecca Gompertz Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.
PGR recomenda suspensão de liminares sobre o Renovabio
PGR recomenda suspensão de liminares sobre o Renovabio
Sao Paulo, 23 October (Argus) — A Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou a suspensão das liminares que isentam distribuidores de combustível de cumprir com as metas obrigatórias de descarbonização da Política Nacional de Combustíveis (Renovabio). O parecer apoia um pedido do Governo Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que as liminares enfraquecem as políticas ambientais, distorcem a concorrência no mercado e ameaçam o compromisso do Brasil com o Acordo de Paris. A PGR refuta o argumento de volatilidade excessiva dos preços dos créditos de descarbonização (Cbios), citando preços médios estáveis entre 2022-2024. A autoridade também destaca que distribuidores que se beneficiaram das liminares ganharam vantagens financeiras desleais e aumentaram a sua participação no mercado, enquanto outros seguiram as metas do programa. O parecer conclui que as liminares criam um regime regulatório paralelo e recomenda a suspensão delas para restaurar um equilíbrio legal e competitivo no setor de combustíveis. O Governo Federal entrou com um pedido no STJ em maio para suspender as liminares que blindam distribuidores que não atingiram suas metas de descarbonização. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 61 dos 160 distribuidores autorizados a operar começaram 2025 com quantidade menor de Cbios aposentados do que o exigido. Desses, 20 atualmente se beneficiam das liminares que os protegem das sanções. O déficit total é de 10,49 milhões de Cbios, o que corresponde a 21,25pc da meta agregada de 2024. Por Rebecca Gompertz Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.
Usinas negociam equilíbrio em contratos de metanol
Usinas negociam equilíbrio em contratos de metanol
Sao Paulo, 17 October (Argus) — Produtores de biodiesel estão buscando renegociar a composição das fórmulas de preços definidas em contratos para a compra de metanol junto aos principais fornecedores do insumo, diante do recente avanço do mercado para pronta-entrega no Brasil com preços mais competitivos. As fórmulas dos contratos negociados entre produtores de biodiesel e os principais fornecedores de metanol costumam incluir uma proporção do preço definido pelo vendedor e uma parcela variável com base em um índice de mercado à vista definido em comum acordo. Essa proporção é composta por aproximadamente 80pc do preço dado pelo fornecedor e 20pc do preço indexado a um índice spot. A ampliação da oferta de produto entrepostado em Paranaguá no mercado à vista a preços mais baixos que os estabelecidos em contrato abriu espaço para que participantes começassem a negociar novas proporções nos próximos contratos, com até 40pc dos preços compostos por indicadores de mercado à vista. Parte dos produtores avalia internamente aumentar as cargas compradas no mercado à vista em detrimento de volumes combinados em contrato. Muitas das negociações com fornecedores e definições da estratégia de suprimentos ainda estão em estágio inicial. O movimento vem na esteira de amplos descontos do mercado à vista sobre o insumo colocado no porto de Paranaguá via contratos no Golfo Americano. A média do indicador Argus de metanol no porto paranaense foi de R$2.200/t fob entre 27 de junho-10 de outubro, abaixo dos R$2.800/t observados no mesmo período no indicador Argus em base cif Brasil para o produto originado na costa do Golfo Americano sob regime de contratos. Novos entrantes no mercado são apontados como os principais responsáveis por uma nova dinâmica de preços que se formou nos últimos meses. Insumos originados na Rússia, onde é possível ofertar o produto a preços mais competitivos devido à elevada disponibilidade de gás natural no país, entraram em foco nesse novo ambiente. As primeiras embarcações russas começaram a chegar no porto de Paranaguá em maio, com o desembarque de 2.360t no mês, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Entre maio-setembro, os volumes da Rússia somaram 31.269t, totalizando 4,2pc do total de volume de metanol que chegou aos portos brasileiros no período. No ano passado, o fluxo de produto russo direcionado ao Brasil foi nulo, segundo o Mdic. Trinidad e Tobago, Chile, Estados Unidos, Venezuela e Argentina permanecem como as principais origens de metanol para o Brasil, respondendo por mais de 90pc das cargas enviadas ao país. Esses volumes são provenientes, em sua maioria, de grandes fornecedores que operam via contrato no país. No mês de maio também se iniciou um novo fluxo de Omã para o Brasil, embora com preços menos competitivos em relação ao produto russo e em menores volumes. Ampla oferta Participantes de mercado relatam que há elevada disponibilidade de metanol no mercado, contribuindo para a manutenção dos preços em níveis abaixo do verificado no ano anterior. Além da diversificação nas origens do insumo, produtores de biodiesel apontam o atraso no aumento de mescla de biodiesel no diesel e inconformidades no cumprimento da mistura obrigatória por parte de algumas distribuidoras como elementos que contribuem para a ampla oferta de metanol. A elevação do mandato de mescla do biocombustível no diesel, de 14pc (B14) para 15pc (B15), estava inicialmente previsto para entrar em vigor em março de 2025, mas foi efetivada apenas em agosto. Produtores de biodiesel, no entanto, já haviam definido volumes anuais do insumo em contrato, preparando-se para uma demanda que não foi efetivada. A incerteza em relação aos volumes contratados pode ocorrer novamente em 2026. A Lei do Combustível do Futuro prevê novo aumento na mescla para 16pc (B16) em março do próximo ano. O diretor do departamento de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Marlon Arraes, disse recentemente que o prazo para o início da vigência pode novamente ser adiado. Por Fernando Ladeira Envie comentários e solicite mais informações em feedback@argusmedia.com Copyright © 2025. Argus Media group . Todos os direitos reservados.
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