O Brasil reduziu a previsão final para a safra de grãos e oleaginosas de 2020-21, com as principais culturas já colhidas e as atenções em breve se voltando para a safra 2021-22.
A safra 2020-21 deve chegar a 252 milhões de toneladas (t), uma queda de 0,7pc em relação aos quase 254 milhões de t estimados no mês passado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O número também está 1,8pc abaixo da produção recorde da temporada anterior, de 257 milhões de t.
A maior projeção para este ciclo foi divulgada em abril, quando a Conab previa que a produção brasileira chegaria a 273,8 milhões de t.
O decréscimo é consequência de uma estiagem prolongada nas principais áreas produtoras, combinada com baixas temperaturas e geadas na região Centro-Sul durante o inverno. Esses fatores causaram perdas nas segundas safras anuais, especialmente no milho, apesar de um aumento de 7pc na área plantada de milho em relação à safra anterior.
A Conab reduziu as perspectivas para o milho pelo quinto mês consecutivo. A safra total de milho agora deve chegar a 85,7 milhões de t, uma queda de 1pc em relação à estimativa do mês passado. A nova previsão também representa uma redução de 16,4pc sobre as 102,5 milhões de t produzidas na safra de milho 2019-20.
A Conab agora estima a safra de milho de inverno em 59,4 milhões de t, abaixo dos 60,4 milhões de t previstos anteriormente, citando uma queda de 2pc na produtividade esperada. A perspectiva para a segunda safra é 20,8pc menor do que as 75 milhões de t colhidas há um ano.
Por outro lado, a produção de soja deve atingir um nível recorde nesta safra. A colheita está quase finalizada, sendo Roraima e Alagoas os últimos a colher, ambos respondem por apenas 0,1pc da produção nacional. A agência prevê a produção de soja em 135,9 milhões de t, alta de 8,9pc em relação à última temporada e estável em relação à estimativa do mês passado. A produtividade aumentou 4,4pc em relação à temporada anterior e a área plantada aumentou 4,3pc, para 38,5 milhões de hectares (ha).
A estimativa atual é a última que a Conab divulga para a safra 2020-21. As culturas de primeira safra estão totalmente colhidas, entre elas, a soja; as de segunda safra estão em fase final,, com a colheita de milho em 93,7pc, em 4 de setembro. As culturas de inverno estão no início da colheita, que se intensificará a partir de setembro.
O plantio da safra de inverno está encerrado, segundo a Conab. Entre eles, a área cultivada com trigo aumentou 15pc durante a última temporada, para quase 2,7 milhões de ha. A produção deve chegar a 8,1 milhões de t, queda de 5pc em relação ao mês anterior, mas ainda um recorde e avanço de quase 31pc em relação ao ano passado.
A partir de outubro, a agência lançará dados mensais da safra 2021-22.
Oferta e demanda
A perspectiva para o consumo doméstico de milho foi ligeiramente reduzida de 70,9 milhões de t para 70,8 milhões de t. A nova perspectiva reflete a redução da disponibilidade de milho. Mesmo assim, a Conab observou que o volume representa um consumo doméstico historicamente alto, devido à alta demanda por ração animal. A perspectiva para as exportações caiu de 23,5 milhões de t para 22 milhões de t. Os estoques finais para a safra 2020-21 devem chegar a 5,8 milhões de t, uma queda de 45pc em relação à safra de milho de 2019-20, principalmente por causa da produção reduzida.
O consumo doméstico de soja no Brasil é estimado em 50 milhões de t, estável em relação à previsão anterior. As exportações devem chegar a 83,6 milhões de t, um pouco acima das 83,4 milhões de t estimadas no mês passado, mas a Conab destaca que a estimativa de exportação pode ser reduzida nos próximos quatro meses. Os estoques finais para a safra 2020-21 devem chegar a 7,5 milhões de t.

