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Brasil pode importar volume recorde de trigo da Rússia

  • Spanish Market: Agriculture
  • 28/11/22

As importações brasileiras de trigo da Rússia podem atingir um novo recorde nesta temporada, já que os preços mais competitivos podem ajudar a substituir parte da oferta da Argentina, que deve ter uma safra fraca em 2022-23.

O Brasil já começou a buscar alternativas, com os volumes argentinos caindo para o menor nível em vários anos, para 122.500t em outubro, ante 475.000 t no mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, as importações dos Estados Unidos totalizaram 101.200t, ante apenas 16.500t em outubro do ano passado.

A Rússia voltou ao mercado brasileiro após uma pausa de vários anos, entregando 31.100t de trigo em outubro. Pelo menos dois navios transportando 61.500t de trigo russo estão se deslocando para os portos brasileiros, enquanto os dados portuários sugerem que mais 38.300t têm como destino o Brasil.

Incluindo os volumes já entregues em outubro, os recebimentos de cargas russas totalizariam 130.900t até o momento para a safra 2022-23, já se aproximando do recorde de 2019-20, quando o Brasil importou 171.400 t.

As entregas da Rússia podem atingir um novo recorde de 240.000t até o final do ano-safra, disse Eduardo Assencio, superintendente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), à Argus.

O aumento nos embarques russos ocorre apesar das taxas de frete mais altas, pois importar trigo russo para o Brasil custa menos do que comprar da Argentina. Na base cif Brasil, o trigo russo seria $22/t mais barato que seu equivalente argentino, disse Assencio.

A diferença entre as origens é ainda maior na base fob, com a Argus avaliando o trigo da Rússia com 12,5pc de teor de proteína no mercado spot em $ 316,50/t - $ 63,50/t abaixo do produto argentino com 12pc (veja o gráfico).

Os moinhos brasileiros estão preocupados com os atrasos nos embarques de trigo russo - com relatos de até 15 dias de atraso para alguns navios esta semana. A logística testará a viabilidade das importações em larga escala da Rússia, disse Assencio.

O Brasil tem restrições sanitárias, que proíbem o transporte de trigo russo para áreas próximas das lavouras no do interior, a fim de evitar a contaminação por pragas. Mas isso não deve representar um desafio, já que a maioria dos moinhoss do país está localizada na proximidade dos portos e longe das áreas produtivas, disse Assencio.

Um possível obstáculo são as cotas de importação de trigo do Brasil sob o acordo de livre comércio do Mercosul. O Brasil pode importar no máximo 750.000t/ano de trigo livre de tarifas de países fora do Mercosul. É provável que parte dessa cota seja usada para importações de trigo com alto teor de proteína do Canadá e dos EUA, que é então misturado com o cereal doméstico s com baixo teor de proteína ou de outras origens.

Argentina pode perder parcela importante do mercado

As importações de trigo do Brasil oscilam na faixa de 6 milhões a 6,5 milhões de t/ano, sendo a maior parte fornecida pela Argentina. A origem argentina é favorecida pela proximidade geográfica, o que reduz o custo do frete, além de contar com o fato de ambos os países serem membros do Mercosul.

A safra 2021-22 abundante impulsionou ainda mais a participação de mercado da Argentina no Brasil, que recebeu 5,13 milhões de t de trigo argentino durante todo o ano-safra, respondendo por 86pc de suas importações totais de trigo.

Mas as condições climáticas adversas em 2022 pesaram fortemente nas perspectivas para a produção de trigo da Argentina em 2022-23, que deve ser de apenas 11,8 milhões de t, uma queda de cerca de 10 milhões de t em relação ao ano anterior. Isso pode fazer com que os volumes disponíveis para exportação do país caiam para abaixo de 6 milhões de t, com a Abitrigo estimando 5 milhões de toneladas, enquanto uma série de participantes de mercado entrevistados pela Argus cravou entre 3,8 milhões-4,8 milhões de toneladas, com o consumo doméstico da Argentina estimado ligeiramente acima de 6 milhões de toneladas, de acordo com ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

Preços do trigo da Rússia e da Argentina avaliados pela Argus $/t

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