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Exportações de soja para Argentina devem triplicar

  • Spanish Market: Agriculture, Fertilizers
  • 01/02/23

A Argentina aumentou as compras de soja brasileira em janeiro e pode importar até 2 milhões de t de seu vizinho em 2023, uma vez que enfrenta um déficit de safra e uma menor disponibilidade interna.

Participantes de mercado dos dois países disseram que de 300.000t a 400.000t de soja brasileira foram vendidas para a Argentina nas primeiras semanas de janeiro, para serem embarcadas durante fevereiro e março. Estima-se que 1 milhão de t da oleaginosa foi negociada para o ano e que as embarcações poderiam atingir 2 milhões de t em 2023. A maior quantidade de soja que o Brasil exportou para a Argentina foi de 657.000t em 2018, e as cargas não haviam excedido 300.000t nos últimos anos.

O aumento nas exportações foi impulsionado pela quebra de safra na Argentina, provocada pela seca. A produção de soja deve atingir 41 milhões de t na temporada de 2022-23, uma queda de 7 milhões de t em relação à previsão anterior, de acordo com a última estimativa da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Esse número ainda é mais alto do que a previsão da Bolsa de Rosário (BCR), que foi reduzida, recentemente, de 49 milhões de t para 37 milhões de t.

A Argentina possui uma indústria robusta de farelo e óleo de soja. Assim, as esmagadoras aumentam a importação de grãos dos países vizinhos, principalmente do Paraguai, quando a produção nacional cai.

Desvio de rota

As exportações brasileiras de soja, normalmente, chegam na Argentina por rios, com embarques despachados de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul.

A Argentina também faz fronteira com o Rio Grande do Sul, um dos principais estados produtores de soja do Brasil. Mas os dois estados não possuem soja disponível para exportação em janeiro, devido ao calendário de safra.

Portanto, uma logística atípica teve que ser adotada para garantir o abastecimento de soja aos argentinos. A maior parte dos negócios fechados em janeiro, para embarque até março, utilizou o porto de Santarém, no Pará, a cerca de 4.500 quilômetros de Buenos Aires. Exportadores podem levar a soja colhida entre o fim de dezembro e o início de janeiro — especialmente do Mato Grosso — por meio dos portos do chamado Arco Norte.

As margens de esmagamento na Argentina, a partir de agora, definirão os volumes importados do Brasil, à medida que comprar a oleaginosa do país vizinho para esmagar e exportar farelo e óleo de soja precisa ser vantajoso economicamente, disse Daniele Siqueira, analista na consultoria AgRural. O plantio da safra argentina começa em outubro e novembro e a colheita acontece em março e abril, então futuras adversidades climáticas ainda podem afetar a produção – a situação deve ser normalizada ou piorar se a seca prosseguir.

A demanda chinesa também tem sido menor, enquanto se espera que a produção de soja brasileira atinja um novo recorde – acima de 152 milhões de t –, então o país deve dispor de mais soja para exportar para a Argentina. O setor teria perdido $75/t se tivesse escolhido comprar soja argentina em vez da brasileira em meados de janeiro, quando os negócios de exportação de Santarém foram reportados, de acordo com Siqueira.

Ao menos três empresas de trading fecharam negócios para exportar soja à Argentina por Santarém, confirmaram participantes do mercado à Argus. As empresas não revelaram o preço pago nessas transações, mas estima-se que no pico de necessidade da indústria – em meados de janeiro –, os negócios chegaram a um prêmio de 110¢/bushel sobre o contrato para março da Bolsa de Chicago (CBOT), que representava, na época, cerca de $590/t.

Compradores argentinos continuaram indagando sobre o produto exportado pelos portos do Norte na semana passada, mas o movimento desacelerou na segunda metade do mês. As exportações de soja por Porto Murtinho devem crescer à medida que a colheita avança no Centro-Oeste. A rota pode embarcar 600.000t neste ano, estimam fontes.

Venda contratada

Esmagadores argentinos estão negociando matéria-prima de fornecedores brasileiros e paraguaios, enquanto seus agricultores estão atrasando negócios de soja, dado que a política nacional do dólar de soja terminou no fim de dezembro, fontes disseram à Argus.

Muitos exportadores de óleo de soja que tiveram embarcações agendadas para fevereiro e março precisam importar o grão.

Como a colheita paraguaia começa em meados de fevereiro, uma janela é aberta para a soja brasileira na Argentina, onde as empresas de trading buscam atender suas obrigações contratuais. O país é líder global em vendas de óleo de soja e um importante exportador de biodiesel para a União Europeia (UE).

Para os exportadores argentinos cumprirem seus contratos, a soja brasileira deve desembarcar nos portos de Rosário até a primeira metade de fevereiro. Ao menos três navios não foram carregados ou ainda não saíram de Santarém, o que trouxe preocupações para produtores de soja da Argentina.

Um possível atraso em embarque não hedgeado eleva o risco para os compradores, já que o cenário econômico pode mudar quando a soja chegar ao destino. Tempos de viagem prolongados podem prejudicar a competitividade da carga frente aos embarques paraguaios.

"Para os argentinos, é melhor comprar soja do Paraguai", disse Anilbagani Bagani, diretor de análise de commodities do Sunvin Group. "É muito mais barato do que o produto brasileiro e é transportado pelo rio Paraná." O frete do Arco Norte é mais caro em comparação com o Paraguai.


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