A distribuidora de combustíveis Vibra Energia registrou uma queda no volume de vendas no primeiro trimestre de 2022, em razão de mobilidade reduzida causada por fortes chuvas em algumas regiões e uma nova onda de infecções de Covid-19 no começo do ano.
As vendas de combustíveis da Vibra, antiga BR Distribuidora, alcançaram 8,9 milhões de m³ nos primeiros três meses de 2022, uma queda 3,7pc em comparação com 9,3 milhões de m³ no mesmo trimestre de 2021. Por outro lado, as receitas subiram 47pc para R$38,3 bilhões em comparação com R$26,1 bilhões na base anual. Preços mais altos compensaram os volumes menores em um ambiente de elevada volatilidade, acompanhando os mercados internacionais de petróleo e derivados.
A oferta apertada de diesel permitiu à Vibra repassar os custos mais altos de importações do combustível em meio ao ambiente desafiador de preços e demanda.
Em termos de volumes, as vendas mais baixas de óleo combustível, coque de petróleo e etanol ofuscaram as vendas maiores de gasolina, diesel e combustível de aviação.
As vendas de diesel totalizaram 4,1 milhões de m³ no último trimestre, 2,4pc acima do ano anterior. As vendas de gasolina chegaram a 2,4 milhões de m³, 11pc acima na base anual. Mas os volumes de etanol caíram 28pc para 643.000m³.
A Vibra terminou o primeiro trimestre com 8.214 postos de combustível em sua rede, representando uma adição de 156 postos nos últimos 12 meses. Nos últimos anos, a empresa foi capaz de entregar a maior parte do corte de custos prometido durante seu processo de privatização em 2019.
Hedge
Durante o trimestre, a Vibra reduziu gradualmente até encerrar seus instrumentos de hedge de commodities para a importação de combustíveis em um ambiente de preços e volatilidade crescentes. As perdas acumuladas com operações de hedge representaram um impacto negativo de R$747 milhões no resultado da empresa, ofuscando os ganhos de variação de estoque.
"Fundamentos que justificariam as posições de hedge não estavam mais presentes", disse o diretor financeiro da Vibra, André Natal, durante teleconferência com analistas, citando a defasagem entre os preços domésticos e a paridade internacional, e a potencial escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia. Segundo ele, a empresa conseguiu repassar o custo de importações diante da insuficiência de oferta interna.
"Observamos após o fechamento do primeiro trimestre níveis ainda elevados de volatilidade do petróleo e seus derivados, elevação dos spreads de craqueamento (diferenciais) do diesel, persistência de defasagens de preços no mercado doméstico em relação à paridade de importação", informa a Vibra no relatório de resultados.
Cbios
Os resultados da Vibra também foram pressionados pela grande valorização nos preços dos créditos de descarbonização (Cbios) no período. O custo da empresa na compra de Cbios subiu de R$50 milhões no primeiro trimestre de 2021 para R$206 milhões nos primeiros três meses deste ano.
Dentro da Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio), cada Cbio representa uma tonelada de CO2 evitado. A política institui metas anuais de redução de emissão de gases do efeito estufa para distribuidoras de combustíveis. O cumprimento das metas ocorre pela aquisição de Cbios emitidos por produtores de biocombustíveis.
Na última linha do balanço do primeiro trimestre, a Vibra registrou lucro líquido de R$325 milhões, ficando 34pc abaixo do mesmo período do ano anterior.

