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Petrogal mira potencial do Brasil em alcohol-to-jet

  • Spanish Market: Biofuels, Emissions, Hydrogen
  • 06/04/23

Os planos da empresa de refino portuguesa Petrogal para desenvolver combustíveis sustentáveis ao setor de aviação estão ganhando força no Brasil, onde pesquisadores estudam maneiras de converter CO2 em combustíveis de baixo carbono.

O braço de refino da petrolífera portuguesa Galp está investigando formas de converter CO2 e hidrogênio verde em combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês). A Petrogal utiliza tecnologia desenvolvida pela Coppe, centro de pesquisa em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A empresa e um consórcio formado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) planejam investir R$21,3 milhões nos próximos quatro anos, incluindo a construção de um protótipo de fábrica que seria operado pela equipe da universidade até que seja potencialmente escalado para níveis de produção industrial pela Petrogal.

Estudos científicos sobre a conversão de CO2 e hidrogênio verde em combustíveis sustentáveis, incluindo combustíveis de aviação, diesel renovável e nafta, são recentes – a maioria com menos de 10 anos –, mas o processo é promissor, disseram pesquisadores da UFRJ à Argus.

O próprio SAF, feito de uma variedade de tecnologias e outras matérias orgânicas, provou ser bem-sucedido como substituto ou aditivo para combustíveis tradicionais de aviação à base de petróleo.

"O primeiro desafio envolve o desenvolvimento de rotas catalíticas capazes de converter o CO2, em uma reação química com o hidrogênio, nos chamados álcoois superiores, ou seja, aqueles que possuem mais de dois carbonos", afirma Fabio Toniolo, professor do Núcleo de Catálise (Nucat) da UFRJ.

Este é o caso do etanol, diz Toniolo, que pode ser expandido em uma longa lista de outros produtos químicos úteis, incluindo o SAF.

Embora o uso de CO2 como matéria-prima seja um conceito bem conhecido, a conversão de biomassa em combustível líquido é um desafio considerável. Quanto mais complexa a biomassa em termos de composição química, mais complicado e geralmente caro se torna o processo de conversão.

Se o processo for eficiente o suficiente, poderá ser uma maneira inovadora de utilizar a tecnologia existente de alcohol-to-jet. Além disso, os biocombustíveis de terceira geração estão, neste momento, relacionados à biomassa de algas, mas podem, até certo ponto, estar ligados ao uso de CO2 como matéria-prima.

Futuro da aviação sustentável

Voar é um tema altamente controverso nos debates climáticos. A participação da aviação nas emissões globais de gases de efeito estufa pode parecer insignificante – cerca de 2pc, de acordo com a Embrapii – mas o número deve aumentar à medida que as viagens aéreas se tornarem mais populares.

Se as companhias aéreas quiserem cumprir seus compromissos de zero emissões de carbono, terão que encontrar logo um substituto para os combustíveis fósseis.

A indústria de petróleo está ciente das dificuldades de descarbonização da indústria de aviação e está apostando muito nos biocombustíveis avançados de transporte. Mas a falta de oferta suficiente de SAF é o maior problema no momento.

Com a indústria de SAF prestes a crescer rapidamente, o aumento da produção exigirá uma ampla variedade de matérias-primas e rotas diferentes, incluindo o potencial para converter biocombustíveis, como etanol, em um combustível de aviação que funcione com a infraestrutura existente na indústria aérea.

"O objetivo é criar um biocombustível quimicamente idêntico ao querosene de aviação e que atenda às mesmas especificações", avalia Toniolo. "Será um combustível 'drop-in', o que significa que pode ser adicionado sem a necessidade de alterações na aeronave ou na infraestrutura."


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