As tarifas antidumping aplicadas pela União Europeia sobre as importações de UAN dos Estados Unidos, da Rússia e de Trinidad e Tobago podem ajudar o incipiente mercado de UAN do Brasil a mais que triplicar este ano, segundo um importante operador de terminais.
Até agora, as importações de UAN para o Brasil vinham principalmente dos EUA. Porém, com as tarifas da UE limitando seu acesso ao mercado, mais UAN está sendo importado da Rússia e de Trinidad e Tobago. A demanda brasileira por UAN 32 pode crescer para cerca de 100.000t até o fim deste ano, de cerca de 30.000t que entraram pelos portos de Paranaguá e Santos em 2019, de acordo com Lucas Guzen, gerente da Cattalini, operador de um terminal de granéis líquidos no porto de Paranaguá. As importações devem chegar a 180.000t em três anos, disse ele.
As empresas russas estão muito interessadas em desenvolver o mercado no Brasil, disse Guzen, analisando as operações portuárias brasileiras e enviando especialistas para explicar aos agricultores os benefícios da UAN sobre o nitrato de amônio (NA), incluindo maiores rendimentos das colheitas.
Cana-de-açúcar e milho são culturas onde UAN pode ser aplicado com mais sucesso. O uso da UAN nas lavouras de café requer alguma adaptação, portanto, por enquanto, as lavouras de café não são o foco dos importadores de UAN.
A maioria das importações de UAN do Brasil vai para a região sudeste. Os agricultores estão acostumados a aplicar NA nas plantações de cana-de-açúcar no estado de São Paulo, mas muitos podem substituir por UAN, já que o exército controla a armazenagem de NA por ser potencialmente explosivo.
O UAN é mais caro que o AN, disse Guzen, mas os rendimentos mais altos podem fazer com que os custos mais altos sejam compensados.

