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Produção brasileira de SAF priorizará óleos vegetais

  • : Biofuels
  • 25/10/02

A produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) no Brasil será inicialmente concentrada no uso de óleos vegetais, deixando a produção a partir de etanol para um segundo momento.

A expectativa é de que a produção brasileira de SAF some aproximadamente 661.000m³ em 2027 , com projeção de atingir 1,7 milhão de m³ em 2030 e 2,8 milhão de m³ em 2033, de acordo com as estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Até 2032, os projetos anunciados produzirão SAF a partir da rota de hidroprocessamento de ésteres e ácidos graxos (HEFA), utilizando o óleo de soja como matéria-prima principal ou secundária.

A Acelen é responsável pelo primeiro projeto de larga escala no país, como capacidade de 600.000 m³/ano, a partir de 2027. A planta utilizará inicialmente óleo de soja e gorduras animas. A empresa planeja incluir o óleo de macaúba na gama de insumos em 2030.

A produção de SAF através da rota "alcohol-to-jet" (AtJ, na sigla em inglês), utilizando o etanol de cana-de-açúcar como matéria-prima, deverá ocorrer apenas em 2033, através de um projeto da Petrobras. A estatal estima uma produção de 420.000 m³/ano, a partir de uma planta anexa à Refinaria de Paulínia (Replan). O volume representará 15pc da produção nacional estimada para 2033.

Apesar da uma produção robusta de etanol no Brasil, a tecnologia Atj ainda é pouco consolidada e difundida no mundo. O menor custo da a rota HEFA atualmente viabiliza a utilização em larga escala ao redor do mundo, disse o coordenador da Assessoria Internacional e de Meio Ambiente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Ricardo Dupont.

O Brasil começará a cumprir metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), a partir de 2027, pelo Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV) e pelo programa de redução e compensação de emissões Corsia da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).

Os programas preveem metas de redução gradual de GEE, que deverão ser atingidas pelo uso de mesclas de SAF ao querosene de aviação (QAV). No caso do Corsia, inclui a compensação de emissões pela compra de créditos de carbono.

Ambos os programas considerarão diferentes potenciais de redução de GEE para SAF produzido a partir de diferentes matérias-primas, com a avaliação das respectivas pegadas de carbono ao longo da cadeia.

Todas as aeronaves brasileiras podem utilizar uma mescla de até 50pc de SAF no QAV, por meio de "drop-in" – que não requer modificações nas aeronaves ou motores para ser utilizado.

Entraves do mercado internacional

Empresas brasileiras que já sinalizaram a intenção de exportar SAF, poderão encontrar barreiras para comercializar o biocombustível no mercado internacional.

O SAF de óleo de soja pode ser preterido por biocombustíveis de outras regiões que utilizem matérias-primas com menor pegada de carbono – como óleo de cozinha usado, resíduos florestais ou agrícolas.

Além disso, a Europa – principal mercado consumidor de SAF – não considera o uso do biocombustível produzido a partir de matérias agrícolas que competem com a alimentação para suas metas internas de descarbonização.

Representantes brasileiros tentam dialogar com as autoridades europeias para que isso seja revertido, disse Dupont.

Por Maria Albuquerque


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