O grupo Batatais, empresa de açúcar e etanol do empresário Bernardo Biagi, acertou a compra da Central Energética Vale do Sapucaí (Cevasa), usina controlada atualmente pela multinacional americana Cargill. O valor do negócio não foi revelado.
Segundo a Batatais, a transição deve ser concluída em 30 a 45 dias e depende de um parecer positivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Cevasa está localizada em Patrocínio Paulista, a 15km de distância da Usina Batatais, em município de mesmo nome em São Paulo. Na safra passada (2020-21), a Batatais processou 4,4 milhões de t de cana-de-açúcar e destinou 45pc do caldo para a produção de etanol. Por sua vez, a Cevasa moeu 2,6 milhões de t e destinou 40pc para o etanol, além de ter gerado 113GWh de eletricidade a partir da queima do bagaço de cana.
O plano é que as duas plantas continuem operando, afirmou a Batatais em comunicado.
No início deste ano, a brasileira Copersucar assinou a compra de 50pc da participação da Cargill na Alvean, joint venture entre as duas companhias que lidera o mercado de açúcar. Com o acordo, concluído no início desse mês, a Copersucar consolida sua posição como a maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo.
A Cargill ainda detém participação na usina de cana e etanol de milho SJC Bioenergia, em Quirinópolis (GO), em gestão compartilhada com a brasileiro Grupo USJ.
Uma onda de fusões e aquisições toma a indústria da cana-de-açúcar brasileira desde o ano passado, à medida que usinas financeiramente sólidas compraram rivais endividados. Em outra consolidação recente, a Raízen adquiriu todo o controle da francesa Louis Dreyfuss no grupo sucroalcooleiro Biosev, em uma negociação que envolve troca de ações e pagamento em dinheiro. A fusão consolidou a posição da Raízen como o maior grupo sucroalcooleiro do país, com o controle de 35 usinas e 15pc da capacidade de moagem de cana no Brasil. Embora o negócio tenha sido aprovado pelo Cade, seu fechamento depende de pré-condições da aquisição.
A Batatais planeja moer 4,1 milhões de t de cana-de-açúcar na safra 2021-22, que teve início em março, quando a usina completou 36 anos de existência. O número representa uma redução em relação à última safra, quando foram moídas 4,4 milhões de t. A perspectiva inicial é de que sejam produzidos 6,5 milhões de sacos de açúcar de 50kg e 140.000m³ de etanol.

