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Tarifas devem cessar fluxo de açúcar do CS para EUA

  • : Agriculture
  • 25/07/31

A tarifa final de 50pc imposta pelos Estados Unidos sobre as importações brasileiras deve inviabilizar os embarques de açúcar do Brasil para os EUA fora do programa de cotas, impactando de forma mais significativa o consumidor norte-americano do que o produtor brasileiro.

As usinas brasileiras – majoritariamente do Centro-Sul – que não possuem o direito de exportar açúcar para os EUA dentro da cota com tarifas mínimas terão seus produtos taxados em quase 150pc a partir de 6 agosto, seguindo o anúncio feito pelo presidente Donald Trump em 30 de julho. Isso tornaria a operação desvantajosa, fazendo com que os produtores tenham que buscar destinos diferentes para escoar o produto.

Os EUA possuem um programa de cotas para importar açúcar de diferentes origens, na qual cada país pode enviar um volume máximo de açúcar sobre uma tarifa mínima de aproximadamente 1-2pc durante seu ano fiscal – que vai de 1º de outubro a 30 de setembro.

No Brasil, apenas as usinas do Norte e Nordeste podem usufruir dessa cota, que foi estabelecida em 156.000t para 2025 pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês). Demais produtores que decidem enviar o adoçante para os EUA pagam uma taxa de $357,6/t – o que representa quase 100pc do valor da commodity considerando os preços atuais no mercado internacional.

Historicamente era vantajoso para o consumidor norte-americano comprar o açúcar brasileiro, ainda que a taxação fosse elevada. Agora, com as tarifas de 50pc, somadas à taxa fixa de $357,6/t, os embarques de açúcar do Brasil fora da cota devem ficar praticamente zerados, segundo participantes de mercado.

Os produtores brasileiros não devem encontrar grandes problemas para realocar essa produção, uma vez que possuem participação relevante nos mercados da Ásia e África. Por outro lado, o consumidor dos EUA terá que encontrar novas origens para importar o adoçante.

Os portos do Sul e Sudeste embarcaram cerca de 648.000t para os Estados Unidos em 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O volume representa uma pequena parcela das 33,5 milhões de t de açúcar exportadas pelo Brasil no ano passado, porém responde por cerca de 23pc das importações de açúcar dos EUA no período.

Segundo participantes de mercado, os EUA tentarão suprir esse déficit com produtos da América Central – a região, no entanto, não possui uma notável produção de açúcar.

Exportações dentro da cota

O fluxo de exportação de açúcar do Norte e Nordeste para os EUA por meio do regime de cotas deve permanecer, uma vez que mesmo com as tarifas de 50pc o produto brasileiro continua competitivo.

As usinas que podem exportar açúcar para os EUA com a tarifa mínima, dentro do programa de cotas, deverão manter suas operações, porque embora o produto brasileiro encareça, ainda ficará abaixo do valor praticados por usinas do próprio país.

No entanto, os produtores brasileiros devem aguardar para entregar os volumes de açúcar acordados na cota, na expectativa de o governo brasileiro conseguir realizar alguma negociação com os Estados Unidos e diminuir a taxação.

A cota do Brasil para exportar açúcar sobre as novas tarifas de 50pc para o ano fiscal de 2026 – que começará em outubro – deve ser divulgada em agosto, trazendo mais clareza dos próximos passos do governo americano para o mercado de açúcar.


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