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Vendas da safra de soja 2024-25 são recorde

  • Market: Agriculture
  • 18/07/25

Produtores brasileiros comercializaram um volume recorde de soja no primeiro semestre de 2025, reflexo de uma produção elevada no ciclo 2024-25, que mais do que compensou o progresso lento em junho.

Junho terminou com quase 115 milhões de toneladas (t) da safra de oleaginosas vendidas, de acordo com estimativas de participantes de mercado, avanço de 7 milhões de t em relação a maio.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que o Brasil produziu 169,5 milhões de t na temporada 2024-25, o que superaria o recorde anterior de 154,6 milhões de t no ciclo 2022-23.

No entanto, o volume recorde também garante que ainda haja uma quantidade considerável nas mãos de agricultores, com cerca de 68pc da produção total comercializada até o fim de junho. A média para o período é de 69pc, o que faz com que o ritmo deste ano esteja ligeiramente atrasado, proporcionalmente.

Produtores receberam pouco incentivo para avançar as vendas no último mês devido à falta de necessidade imediata de avançar as negociações.

Grande parte das principais contas— empréstimos para aquisição de insumos e linhas de crédito — venceram no fim de maio, o que levou a um aumento repentino nos negócios.

Agora, produtores vendem mais ocasionalmente, de acordo com necessidades menos urgentes de captação de recursos, como a aquisição de insumos para a safra 2025-26, e acompanhando altas de preços. O dólar norte-americano se desvalorizou quase 5pc em relação ao real em junho, devido a preocupações com a economia global, limitando lucros de agricultores nas negociações, que são baseadas na moeda norte-americana.

A temporada de exportação de soja do Brasil geralmente termina em agosto, e a China — a maior importadora mundial — atendeu às suas necessidades a curto prazo, de acordo com participantes de mercado. Isso significa que a demanda deve permanecer baixa em agosto, mesmo que os Estados Unidos (EUA) e a China não cheguem a um acordo sobre tarifas e a participação de mercado do Brasil aumente.

Participantes também estimam que a maioria das indústrias de esmagamento do Brasil esteja coberta até meados de agosto e que algumas unidades em Mato Grosso — o maior estado produtor do Brasil — tenham adquirido os volumes necessários até setembro, apesar do recente aumento do mandato de biodiesel de 14pc para 15pc.

O setor brasileiro também está ponderando a necessidade de antecipar manutenções de fim do ano devido à queda nas margens de esmagamento causada pelo excesso de oferta de farelo de soja. Isso pressiona os preços do farelo de soja para baixo, ao mesmo tempo em que a soja continua se firmando e reduziria ainda mais a demanda. A China também enfrenta um problema semelhante devido aos amplos estoques de farelo de soja, e a paralisação das operações pode prejudicar ainda mais suas importações.

O Brasil também vendeu antecipadamente, até junho, aproximadamente 18 milhões de t da safra de soja 2025-26 — que começa a ser semeada em setembro e colhida em janeiro — de acordo com projeções de participantes de mercado, aumento de 2,5 milhões de t em relação a maio. O volume representa cerca de 10,3pc da produção esperada de 175 milhões de t, com base na previsão do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês). As vendas ainda estão progredindo lentamente e estão abaixo de 20 milhões de t negociadas um ano antes para a safra 2024-25. A média para o período é de 20pc, de acordo com participantes de mercado.

Preços e demanda prejudicam vendas de milho

Agricultores brasileiros ainda estão com dificuldade para aumentar as vendas da safra de milho inverno 2024-25 devido à queda dos preços domésticos e à ausência de demanda.

Junho encerrou com aproximadamente 43 milhões de t da safra atual vendidas, de acordo com participantes de mercado. O volume representa cerca de 41pc do recorde de 104,5 milhões de t projetado pela Conab para a temporada.

As vendas avançaram cerca de 3 milhões de t em junho, desacelerando em relação a 5 milhões de t vendidos em maio, ao invés de registrar uma recuperação sazonal com o avanço da colheita.

Os preços domésticos mais baixos são um fator importante que desestimula as negociações, o que é evidenciado por reportes de haver milho recém-colhido em Mato Grosso armazenado ao ar livre, devido à capacidade limitada de armazenamento.

As quedas nos preços também acompanham a retração da demanda doméstica após uma presença mais forte no primeiro trimestre. As indústrias de etanol de milho e ração animal agora aguardam o progresso da colheita antes de comprar mais produto, pois ainda não receberam os volumes adquiridos anteriormente.

O preço médio da saca de 60kg nas cidades de Rondonópolis e Sorriso, em Mato Grosso, atingiu R$42,68/saca (sc) na semana encerrada em 26 de junho, de acordo com Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), queda de 45pc desde 10 de abril, quando a demanda começou a enfraquecer.

O trabalho de campo está atrasado devido ao excesso de chuvas até junho. Mas as condições climáticas mais secas em julho permitiram que as atividades acelerassem nas últimas semanas. A colheita atual caminha para atingir o pico na segunda quinzena de julho e terminar em agosto, como de costume.

Produtores afirmam que o retorno de uma demanda nacional recorde por milho no fim deste ciclo daria ainda mais suporte para os preços neste ano e incentivaria as vendas em ritmo recorde, semelhante ao observado no segundo semestre de 2024. A Conab projeta que o Brasil consumirá um recorde de 90 milhões de t na safra 2024-25.


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