Atualiza linha do tempo no sexto parágrafo.
A Petrobras planeja expandir sua refinaria Presidente Bernardes (170.000 b/d), em Cubatão, para produzir diesel renovável e combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês), como parte de uma iniciativa para se tornar uma gigante de energia verde.
A estatal adotou a tecnologia de ésteres hidroprocessados e ácidos graxos (HEFA, na sigla em inglês), da companhia de engenharia norte-americana Honeywell, para SAF e óleo vegetal hidratado (HVO, na sigla em inglês), um diesel renovável. A biorrefinaria utilizará óleo de soja e gordura animal como matérias-primas.
Recentemente, a Petrobras anunciou um plano estratégico que direciona um capital de $1,5 bilhão para o biorrefino entre 2023 e 2027, à medida que pretende se tornar junto com o Brasil uma pioneira na transição energética e uma fornecedora de soluções de baixo carbono.
A empresa também está considerando converter a refinaria Riograndense (17.000 b/d), no Rio Grande do Sul, em uma biorrefinaria.
Em setembro, a Petrobras e a MIC Capital Partners – um fundo de investimento da Mubadala Capital, de Abu Dhabi – assinaram um memorando de entendimento para dar seguimento em estudos sobre futuros projetos de downstream, com ênfase em biorrefino.
A Mubadala, que opera a refinaria de Mataripe (300.000 b/d), na Bahia, através da sua subsidiária local Acelen, planeja investir R$12 bilhões para produzir HVO e SAF a partir de uma variedade de matérias-primas. Outras companhias brasileiras também estão mirando o biorrefino, inclusive a distribuidora de combustíveis Vibra Energia e o grupo de bioenergia Brasil Biofuels (BBF), que formou uma parceria para vender 500.000 m³/ano de HVO e SAF, começando em 2026.
Empresas sucroalcooleiras – uma escolha natural para a produção de SAF – ainda precisam anunciar suas propostas para o processamento doméstico de bioquerosene de aviação. Até agora, a maioria tem favorecido a exportação de etanol como matéria-prima para fabricantes de combustíveis em outros países, em vez construir plantas para converter etanol em SAF localmente.
Planos para regulação
No fim do ano passado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva incluiu tanto o HVO quanto o SAF na gama de iniciativas de energia limpa sob a égide do programa Combustível do Futuro.
Incentivando o aumento do uso de SAF, o pacote verde estabelece metas de emissões para as companhias aéreas e visa alcançar uma redução de 1pc em suas emissões até 2027 e de 10pc até 2037.
A legislação também deve criar um programa para incorporar o diesel verde em combustíveis fósseis, com mandato de mistura ainda a ser definido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
O Projeto de Lei ainda precisa de aprovação do Congresso para entrar em vigor.

