O Brasil deve aumentar o esmagamento de soja em 20pc até 2023 para atender à esperada maior demanda doméstica por biodiesel, conforme eleva a mistura do biocombustível no diesel convencional nos próximos anos.
O esmagamento de soja no Brasil deve atingir 44 milhões de t no próximo ano, de 42,9 milhões de t em 2019, e precisa aumentar em cerca de 9 milhões de t até 2023, para suprir todas as necessidades do setor de biodiesel, informou hoje a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
A soja é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel no Brasil, respondendo por aproximadamente 75pc do total, de acordo com a Abiove.
Atualmente, o diesel vendido no Brasil contém 11pc de biodiesel e é conhecido como B11. Essa mistura deve subir para 12pc (B12) até março de 2020 e atingir 15pc (B15) em 2023, em um esforço brasileiro para reduzir as emissões de gases do efeito estufa bem como as importações de diesel.
A Abiove prevê que o Brasil colherá 122,8 milhões de t de soja no próximo ano, de 117,8 milhões em 2019. As exportações estão vistas em 75 milhões de t, também superiores às de 72 milhões de t neste ano.
O Brasil é o maior exportador mundial de soja e espera-se que ultrapasse os EUA como o maior produtor na atual temporada. As lavouras dos EUA foram afetadas mais cedo neste ano pelo clima desfavorável durante o plantio.
A Abiove também afirmou que é importante impulsionar o mercado de farelo de soja, seja interna ou externamente. É esperado que o ingrediente de ração animal enfrente uma concorrência mais forte no futuro devido à expansão do setor de grãos secos por destilação (DDGs), graças à crescente indústria de etanol à base de milho no Brasil.
Por José Roberto Gomes

