Esclarece percentual de soja vendida antecipadamente no último parágrafo
Os custos de produção da soja e do milho no Rio Grande do Sul, o terceiro maior produtor de grãos do Brasil, aumentaram cerca de 50pc em agosto em relação ao ano anterior, influenciados pelos preços mais altos de fertilizantes, máquinas agrícolas e combustíveis.
Na safra de milho, os produtores enfrentam um aumento de 52pc comparado à safra anterior, com custo operacional calculado em R$5.456 por hectare (ha), segundo levantamento divulgado hoje pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro). Apesar do aumento, a relação de troca do milho é a mais favorável para o agricultor nos últimos quatro anos. Para os produtores cobrirem o custo, segundo o levantamento, terão que produzir 60,70 sacas de milho, 16,69 sacas a menos em relação à safra anterior.
O custo total de produção de soja no Rio Grande do Sul aumentou 48,45pc em agosto comparado ao ano anterior. O valor foi de R$5.408/ha. O produtor de soja precisará produzir 35,58 sacas/ha para equilibrar as despesas, um aumento de 13,72pc na relação de troca em comparação à safra anterior.
A Fecoagro não detalhou a variação de cada item que é considerado no cálculo do custo de produção, mas informou que o maior peso foi em fertilizantes, com produtos subindo mais de 100pc em 12 meses. O custo do óleo diesel, combustível utilizado nas propriedades rurais, aumentou 50pc no mesmo período, mesma variação registrada nos preços de máquinas e implementos agrícolas.
Estima-se que 30pc da safra de soja de 2021-22 no Rio Grande do Sul já foi vendida antecipadamente, disse o presidente da Fecoagro, Paulo Pires. A Fecoagro informou posteriormente que a estimativa não está confirmada, mas não forneceu uma projeção. A Federação espera um avanço de pelo menos 5pc no cultivo do milho no estado, que já está sendo plantado. Na soja, a previsão é de um aumento de 2pc na área cultivada.

