O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu a nova estratégia de preços de combustíveis e chamou a antiga política de preço de paridade de importação (PPI) de uma "hipnose coletiva".
Anunciada em maio, a nova estratégia comercial leva em conta o porte da Petrobras e suas vantagens, portanto, pode fazer com que os preços dos combustíveis nas bombas fiquem mais baixos ante os importados, disse Prates.
"Nossa nova estratégia comercial está se mostrando factível e não inspira temores", afirmou o executivo em evento nesta quarta-feira. "Não é intervencionista e é boa para o país." Prates acrescentou que "não faz sentido" igualar os preços da Petrobras aos dos importadores.
O executivo disse que a política de preços da estatal é transparente, mas o mercado não deve esperar um detalhamento de preços. Nenhuma empresa detalha o custo e a composição do preço de um produto, declarou ele.
"Acho que é uma vitória termos conseguindo ‘abrasileirar' os preços. Fomos capazes de estabilizar a volatilidade dos preços internacionais", afirmou Prates.
Mais ativos e transição energética
A sinalização do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de encaminhar uma privatização da Petrobras não será levada adiante. A participação da União na estatal não será diluída, disse Prates. Em vez disso, o atual governo busca aumentar os ativos e se concentrar mais na transição energética.
O governo anterior queria uma "rentabilidade altíssima no curto prazo", mas não considerou o longo prazo, afirmou o executivo. A equipe do Bolsonaro também "queria reduzir a participação em todas as regiões, menos no Sudeste", focando nas áreas do pré-sal da região "e nada mais".
A Petrobras não pode se manifestar sobre o processo de retomar a venda da participação na petroquímica Braskem, disse Prates, pois envolve outras empresas. Mas a estatal espera que o processo seja finalizado até o ano que vem, afirmou o diretor financeiro Sergio Caetano.
Não existe plano de recomprar as ações da Vibra – antigo braço de distribuição de combustíveis da estatal que foi privatizada em 2021 –, mas Prates afirmou que seus diretores estão em negociações com a Vibra para "rever contratos".
A Petrobras prefere ter a distribuição de combustíveis integrada às suas operações, acrescentou.
"Temos que tratar a Vibra como uma empresa de mercado e nosso principal cliente", afirmou o presidente da Petrobras.

